DO JEITO QUE A VIDA QUER.

50.

FABIANA.

Quem conhece o cárcere privado, realmente sabe dar valor a liberdade e eu estava respirando isso.

Estacionei meu carro um pouco mais afastado do que o do pessoal do Nando que não era pouco, estava estacionado. Desci do carro com a minha gangue que se baseava em Karina, Diana, Yara e Gabriela.

Travei o carro, arrumei a parte de baixo do meu vestido que exalava ousadia e elegância, dei a mão pra minha filha que segurava a sacola com o presente da Greice.

Era um vestido lindíssimo da nova coleção da MGX, inclusive, Greice era das minhas primeiras e fiéis clientes. Tinha um vício cruel em MGX e quando chegava novos modelos ela me perturbava pra ver antes mesmo de eu expor.

Quando eu cheguei Nando tava na porta recebendo um pessoal que eu entendi que era da família deles, quando ele botou os olhos em mim, começou aquela bagunça generalizada dele.

Nando: Pensei que tu não ia tirar o cu de casa mais. – disse fingindo estar alterado.

Fabiana: Se depender de vocês eu vivo na rua, não é possível. – neguei com a cabeça e ele veio me abraçar.

Nando: Levanta, sacode a poeira e da a volta por cima... – cantarolou no meu ouvido junto com o grupo de samba que estava tocando – Eu soube da situação que tu passou e queria te falar de coração, que nós, família do Chapadão tamo aí a sua disposição pro que tu precisar. – segurou na minha mão e apertou e eu concordei.

Fabiana: Obrigada, mas já foi resolvido! – sorri – Cadê Greice Kelly?

Nando: Tá se entupindo com essas bagulhada aí que vocês põe na cara, falei pra ela que ela não precisava. Tá maluco, minha mulher é linda pra caralho e nunca precisou retocar nada, mas nunca vi raça mais teimosa que vocês mulher. Aí tá lá fazendo essas parada aí, já já ela tá descendo. – sorriu – Separei uma mesa ali, especial pra vocês pertinho da churrasqueira, os irmão vai chegar com fome e faço questão de ver geral aqui farto.

Homem que endeusa a própria mulher, nem humano é, um anjo! Desde que eu conheço ele, ele é desse jeito com ela. É sonso, mas não existe outra mulher pra ele se não for Greice Kelly.

Diana: Se tu não fizer exagero, não é tu não. Pensando bem, acho até bom que Luarinha tá com fome. – disse cumprimentando ele.

Nando: Tá de bobeira, pão de alho aqui tá o bicho. – gargalhou.

Nando era alegria pura e tirou onda com todo mundo, nem Gabriela passou batido do radar dele.

Ele apontou pra mesa onde ele havia reservado pra nós, não era longe da churrasqueira mas também não era muito perto. Meu cabelão agradece.

Durante meu trajeto até lá, me esbarrei com uma das minhas irmãs por parte de pai, a Heloísa. Diana quando viu, se abriu igual piranha se abre pra envolvido. Foi aquela babação por causa da barrigona dela e os cacete a quatro.

Sim, eu estava com ciúme da minha irmã.

Heloísa: Oi Fabi, tudo bem? – sorriu simpática – Oi Gabi. – se abaixou na frente da Gabi e beijou a testa da mesma.

Heloísa era a filha mais velha do meu pai com a amante que ele tinha aqui no Chapadão, ela tinha a minha idade. Era tranquila e foi a única das filhas do meu pai que não correu atrás de traficante.