FABIANA.
Algumas horas ali se passaram, nem sinal do Coronel e nem de ninguém. Confesso que a minha garganta já estava seca e eu com uma fome de leoa. Já sentia meus braços dormentes devido tantas horas naquela mesma posição, mas não tinha muito o que fazer.
Do nada apareceu um soldado do Coronel. O mesmo me olhou e logo pegou o celular e parecia mandar mensagem pra alguém.
— Chefe mandou trazer essa quentinha pra tu. – me olhou sério.
Fabiana: Se preocupa não eu vou comer por telepatia. – me virei e fiquei de bruços mostrando que estava acorrentada.
— Bem que o MK disse que tu era debochada. – riu – Aí, geral me chama de Formiga.
Eu tô ficando louca ou esse cara acabou de falar no vulgo do Murilo?
Fabiana: É, parece que sim e desde quando tu conhece o Murilo? – o encarei.
Formiga: Só a vida inteira. – ele disse colocando a quentinha em cima da cama e puxando a chave do bolso e abriu os cadeados.
Fabiana: Inimigos? – me sentei na cama e estiquei meus braços.
Formiga: Tu acha mesmo que eu ia ser inimigo daquele lá? É o mesmo que se suicidar e isso eu deixo pro idiota do Coronel. Mas é o seguinte, MK vai invadir pra pegar você e a garota. Tu só vai precisar de paciência. Te explico quando der.
Fabiana: E onde tá o Coronel? – olhei pra ele.
Formiga: Foi pra uma reunião lá em Lucas, deve demorar até a noite. – me entregou a sacola e os talheres.
Fabiana: Gabriela? Onde que ela tá? – perguntei desesperada.
Formiga: Gabriela tá em outra casa, mas te garanto que tá bem. – olhei feio pra ele – Bem ela não tá, te chama direto, chora e grita pra caralho, mas tá viva e é o que importa.
Coitada da minha bebê. Eu me sentia uma mãe de merda, as palavras da Sueli ecoavam na minha cabeça e por um instante eu cogitei se eu também não era mesmo responsável pelo sofrimento dela.
É óbvio que eu era.
Eu não sabia se podia confiar no tal do Formiga então não falei que eu pretendia fazer. Por outro lado, eu ia adiantar um bocado a vida do Murilo envenenando esse verme. Eu só precisava de tempo e oportunidade.
Comi a comida e confesso que já comi melhor, mas eu não estava em posição de reclamar de nada.
Formiga: Eu vou te acorrentar, mas vou deixar um pouco mais folgado, pode ser? E os pés eu não vou acorrentar não.
Fabiana: Melhor ainda. Se tu ver Gabriela, diz que eu tô aqui e que eu vou buscar ela, por favor.
Formiga: Pode deixar. Aí, evita peitar o Coronel. Ele é um desequilibrado e não tem nada a perder.
Fabiana: Percebi. – neguei com a cabeça.
Formiga: Bora lá pra baixo e se comporta. Não tô aqui toda hora.
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DO JEITO QUE A VIDA QUER.
FanfictionNinguém sabe a mágoa que trago no peito Quem me vê sorrir desse jeito Nem sequer sabe a minha solidão É que meu samba me ajuda na vida Minha dor vai passando esquecida Vou vivendo essa vida Do jeito que ela me levar... História de Fabiana & Murilo.