30.

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FABIANA.

Tomei um banho, me vesti, dei um jeito na minha cara e desci com as bolsa e as coloquei dentro do carro.

Quando eu abri o portão da garagem, o namorado da minha mãe tinha acabado de chegar e pra minha infelicidade, minha mãe ainda não havia voltado da casa da tia Gracinha.

Entrei no meu carro, abri o porta luvas, peguei a minha pistola e coloquei presa por dentro do short com ajuda da calcinha e logo dei ré colocando o carro do lado de fora.

Eu não confiava nele nem por um caminhão carregado de diamantes. Se ele tentasse qualquer graça, eu não ia hesitar em lhe dar um tiro. Antes ele do que eu.

Desci do carro, ele saiu do dele e se aproximou de mim.

Não preciso nem falar o que eu tô sentindo nesse momento.

João: Boa tarde, Fabiana. A Adriana tá aí?

Fabiana: Não, tá lá na minha tia. Mas se quiser esperar lá dentro, fica a vontade. – falei curta e grossa.

João: Vai sair? – senti que ele estava me olhando muito.

Entrei em casa rapidinho, peguei meu celular e coloquei no bolso. Ele estava falando com alguém no celular próximo ao portão social. Não dava pra entender o assunto e eu não queria passar mais um minuto ali dentro.

Fechei o portão, mas não tranquei porque sabia que a minha mãe ia chegar. Entrei no carro e saí voada.

Graças a Deus, a Brasil tava tranquila e em pouco tempo eu já tinha passado na loja pra pegar o presente que eu havia encomendado pro Murilo e subi pro Alemão.

Dessa vez eu só pisquei os faróis e os meninos liberaram a subida e eu subi com tudo. Parei o carro na frente da casa da minha irmã, dei dois toques na buzina e a mesma saiu.

Diana: Fabiana? Pensei que tu ia chegar mais tarde. – ela me olhou surpresa.

Fabiana: Até ia, mas mudei de ideia. – travei o carro.

Diana: E esses olhos vermelhos de choro, o que foi que houve? – ela pegou na minha mão e saiu me arrastando pra dentro de casa.

Fabiana: Sua mãe. – revirei os olhos.

Diana: Nossa mãe, Fá. – me corrigiu – Me conta, o que é que foi dessa vez.

Eu contei tudo pra ela, não escondi um detalhe, mas também não aumentei e nem diminuí o conteúdo da conversa. Diana me ouvia atenta e parecia pensar antes de falar.

Diana: É complicado, cara. Não tô concordando com essa coisa dela falar que você tem inveja dela e muito menos falar do que já passou pra te ferir. Mas, por outro lado, por mais que doa ou incomode, a gente tem que deixar ela viver o que ela quer. Eu não sinto nada em relação a ele, até porque Fá, é muito difícil eu ir pra casa da mãe. Se ela tiver que quebrar a cara, ela vai e ninguém vai poder fazer nada.

Fabiana: Eu larguei de mão. Inclusive quando eu saí, ele tinha acabado de chegar. Deixei ele dentro de casa.

Diana: Tu toda cheia de neurose e tu deixou ele dentro de casa? – arregalou o olho.

Fabiana: Se sumir qualquer coisa minha, foi ele. – falei convicta.

Yara: Sabia que ia te encontrar aqui. – chegou na sala – Oi meus amores.

Fabiana: Ir pra Penha tu não quer né? – ri e dei um beijinho em seu rosto assim que ela sentou do meu lado.

Diana: Ela e o Guto, acho que tão quase firmes viu? – disse e eu gritei.

Yara: E quem disse? Vim de lá agora. Vi a tia Adriana passou com o boy e a Gabriela de carro. – olhei pra Diana e neguei com a cabeça.

Fabiana: Tô com uma sensação tão esquisita, gente. Não tô legal não. – passei a mão no peito – Desde cedo eu tô assim.

Diana: É tu nervosa com as coisas que a mãe falou pra tu. Tu acredita Yara, que a minha mãe falou pra Fabiana que ela tava com inveja dela? – cruzou os braços.

Yara: Mentira. – colocou a mão na boca e arregalou os olhos.

Fabiana: Queria eu que fosse mesmo. – respirei fundo – Mas deixa pra lá, hoje é dia de festa. Vou deixar os problemas pra lá.

Yara: Já foi ver teu boy? Tá pleno pra cima e pra baixo sem camisa, ostentando um cordão de ouro daqueles de ver de longe. – riu.

Diana: As piranhas nem tão jogando na cara né? – me cutucou.

Fabiana: E eu tô preocupada com piranha se oferecendo? Vocês tem que entender que eu só quero dar pra ele. – fiz cara de safada.

Yara: O jeito que vocês tentam esconder o romance é diferente. Mas só basta saber que alguém chegou perto que o bico arrasta no chão.

Fabiana: Meu cu. – revirou os olhos – A Ká vem que horas?

Diana: Ela disse que vem depois de ir no Guanabara, se eu não me engano ela ia fazer as compras do mês.

Fabiana: Ah, então vai demorar. – fiz careta – E esse bebê da tia, como tá?

Diana: Muito bravo porque a gente ainda não sabe se é menino ou menina. – bufou.

Diana cruzou os braços rapidamente mas alisou a barriga que já estava redondinha e grandinha. Ela e o Barão já tinham os nomes definidos, porque pelo menos isso eles tinham que saber.

Se fosse menina ia ser Luara e se fosse menino iria ser Fábio. Uma forma que ela encontrou de homenagear nosso pai, sem citar o nome dele.

Eu super achei lindo.

Fabiana: Eu sei. – ri e me levantei – Você que inventou essas palhaçada aí de chá-revelação, agora aguenta. – beijei meu ombro e olhei pra ela.

Diana: Se arrependimento matasse, eu estaria bem morta agora. – ela negou com a cabeça.

Yara: É por isso que os meus filhos eu engulo. – gargalhou.

Fabiana: Os meus morrem quando eu tomo pílula do dia seguinte e sem falar que eu tô bem certinha no remédio. – falei.

Yara: É, mas não é cem por cento não. Já pensou Diana, a Fabiana parindo um mini MK?

Fabiana: Parem de beber que vocês tão tendo alucinação. – fiz não com o dedinho.

Diana: Já tô imaginando aqui já. Do jeito que eles são bonito, tem postura, até o sobrenome desse menino vai ser bonito. – riu – É simplesmente Carvalho Falconi. Imagina, Yara.

Yara: Lindíssimo mesmo, bem chique né. – riu.

Fabiana: Tá amarrado. – bati na mesinha de enfeite que era de madeira – A gente só quer um lance e nada além. – rebolei a bunda.

Yara: A gente sabe. – as duas riram.

Tenham minha irmã e a minha comadre como amigas, que vocês nem de inimigos vão precisar.

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