Hero's shadow (Tradução)

capítulo 60 - Partida na chuva

Os banheiros da UA são mais limpos do que qualquer outro. Izuku saberia, já que ele esteve em uma tonelada de banheiros durante toda a sua vida, a maioria deles comunitários e públicos. Ser sem-teto obriga você a não ser exigente, então antes de ter água encanada e eletricidade em sua casa, ele frequentava os abrigos ao redor da prefeitura.

Ele ainda sabe exatamente onde eles estão e a melhor hora do dia para usar os chuveiros neles. É um conhecimento que ele acha que nunca o deixará de verdade.

O piso do menor banheiro da ala oeste da UA é completamente limpo e bem polido. Cheira a roupa de cama limpa e um toque de material de limpeza também, mesmo perto dos banheiros.

Izuku sabe disso de fato, já que ele está atualmente pairando sobre um, as mãos segurando os lados dele enquanto ele seca.

Ele não tem certeza do que há de errado desta vez. Ele acordou se sentindo melhor do que nunca, então pensou que finalmente estava bem, mas então o meio-dia chegou e Izuku voltou a se sentir como um zumbi ambulante. Seu estômago está doendo, e é como se alguém tivesse enfiado um prego em cada lado de sua cabeça e estivesse martelando suas têmporas com um martelo. Tudo o que ele comeu foram alguns sanduíches que o Lunch Rush lhe deu por ajudá-lo a limpar o refeitório, mas parece que não importa.

Não comer nada o torna insalubre, e comer como ele deveria com seu metabolismo o prejudica de qualquer maneira. Ele não pode ganhar por merda nenhuma.

Izuku treme, sentindo-se quente por toda parte. Quando tem certeza de que não vai sair mais nada, ele pressiona a testa contra a porta da baia, saboreando o frio. Ele a agarra, desejando mais do que tudo que seu corpo pudesse parar pelo menos uma vez.

"Eu te dei o que você queria," ele diz em voz alta, a voz quebrada e exausta, apenas um sussurro. "Por favor, me dê um tempo."

A única resposta que recebe é o mundo girando novamente ao seu redor, forçando-o a colocar a cabeça sobre o vaso sanitário. Ele odeia admitir, mas provavelmente é bom que ele tenha sido afastado de todas as atividades extenuantes. Ele não pode participar do trabalho de vigilante nem do treinamento heróico - e este é um bom exemplo do porquê.

Não acho que Extract esteja fazendo isso com você, Shimura diz em sua mente. Ela parece hesitante. Não é como ela. Isso é muito repentino para isso.

É uma peculiaridade, mas não Extract, Banjou concorda. É muito alto para o gosto de Izuku. Isso ecoa dentro dele, fazendo-o querer pegar um martelo e cravar os pregos em seu próprio corpo.

Shimura cantarola. Você pode controlar isso mais do que pensa, garoto. Você deve se levantar e pegar um pouco de água.

Izuku esfrega as mãos para cima e para baixo nos braços, odiando a sensação de formigamento que sente em seu lado ruim. "Vocês dois realmente não têm nada melhor para fazer do que me espionar o tempo todo?"

O silêncio que se segue faz Izuku estremecer. Ele não sabe por que disse isso, nem mesmo sabe de onde veio, mas não há nada que ele possa fazer agora.

"Desculpe", diz ele. "Desculpe. Isso foi cruel.

Ele não obtém resposta. Izuku suspira, apenas para soluçar no meio e fazer com que algumas gotas vermelhas caiam na água. Seu estômago revira ao vê-lo, já que faz um tempo desde a última vez que tossiu sangue, e ele finalmente se afasta do banheiro novamente e traz os joelhos até o peito.

Izuku fica sentado lá, pronto para esperar o tempo que for necessário até que se sinta bem o suficiente para se mover.

Ele não quer que ninguém o veja assim. Já é ruim o suficiente que ele tenha um conselho inteiro dentro dele assistindo isso acontecer.