Capítulo 41

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Pov Helena

- Amor, por favor... - Choraminguei grudada ao corpo de Clara enquanto ela se arrumava em frente ao espelho para ir trabalhar.

- Meu bem, eu preciso ir trabalhar. - Ela se virou para mim e enlaçou minha cintura.

- Clara, como eu vou ficar aqui sozinha com a sua madrinha? - Fiz um beicinho e ela me deu um selinho. - Ela não gosta de mim.

- Vão ser só algumas horas, o Rafa vai estar aqui também quando voltar da faculdade. - Ela falou e tirou minha franja dos meus olhos. - Não liga para ela não, tudo bem? E também eu acho que ela vai ficar só dentro do quarto lendo os livros dela.

- Humm. - Fiz um biquinho manhoso e Clara sorriu. - Tudo bem.

- Tira esse bico daí. - Apertou de leve o meu nariz. - Eu te amo. - Falou

- Eu também te amo. - Falei e lhe dei um selinho. Clara levou sua mão até minha barriga.

- Tchau, meu pinguinho. - Falou com a vozinha fofa. - Tchau, amor.- Ela disse me dando um beijo na bochecha. E antes que ela saísse eu dei um tapinha em sua bunda dando um sorriso malicioso para ela.

- Gostosa. - Clara cerrou os olhos para mim e saiu sorrindo.

Hoje seria o primeiro dia desde que a madrinha de Clara chegou que eu ficaria sozinha com ela. Até tentei insistir para que Clara ficasse comigo, mas não adiantou, e eu sabia que ela precisava trabalhar, então me dei por vencida. As únicas palavras que ela trocou comigo foi somente quando chegou aqui em casa, e depois disso não falamos mais nada uma com a outra, eu até pensava em puxar conversa, mas desistia. Eu sabia que ela não gostava de mim, então era melhor não forçar nada. 

Eu estava agora na sala deitada no sofá e resolvi conversar com meu neném.

- Oi, mamãezinha. - Falei cutucando a minha barriga de leve. - Você está acordado, meu amor, hum? A mamãe Clara saiu para trabalhar. É meu amor, saiu. - Continuei a conversar como se estivesse sendo correspondida. - Ela deixou a mamãe aqui sozinha com a sua titia Iolanda, você acredita nisso? Eu acho que ela não gosta muito de mim, sabia? As vezes ela me olha como se eu fosse a pior pessoa desse mundo. - Suspirei. - Mas eu não sou, eu só quero que a mamãe Clara seja feliz de novo, comigo, com o Rafa e agora com você. - Fiz um carinho em minha barriga. - Eu amo muito vocês, muito mesmo. Vocês três são os meus amores. E da para ver o quanto a Clara está triste por não ter o apoio da madrinha. - Senti meus olhos marejarem. -  Espero que um dia a sua titia goste de você pelo menos. - Deixei uma lágrima cair e escutei um barulho vindo da cozinha. Rapidamente sequei meu rosto e vi dona Iolanda saindo da cozinha.

- É.. Desculpa. - Falou.

- Não tem problema, dona Iolanda, a senhora se machucou? - Ela negou com a cabeça. - É.. a senhora está aí a muito tempo?

- Não, eu cheguei agora, mas já estou saindo. - Disse e antes que ela saísse eu falei.

- A senhora está precisando de alguma coisa? - Perguntei.

- Não, só vim tomar o meu remédio. - Balancei a cabeça. - E a Clara onde está?

- Ela saiu para trabalhar cedo. - Falei e ela concordou.

- Entendi, vou voltar para o meu quarto. - Disse e saiu. Por incrível que pareça esse foi o diálogo mais longo que já tivemos desde que ela chegou. Ainda bem que ela não havia escutado o que eu estava falando antes.

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Mal sabia Helena que a Iolanda ouviu cada palavra do que ela conversou com o bebê, e sem saber o porquê se sentiu tocada com aquilo.

Clarena- Uma história de amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora