Capítulo 93

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Pov Clara

Eu logo me afastei dos braços de Helena, ainda estava decepcionada com ela, mas eu não podia mentir que precisava do abraço dela naquele momento.

Helena tinha o olhar triste, a expressão abatida e a todo momento tentava estar perto de mim no hospital. Nós trocamos poucas palavras, e todas elas em relação a nossa filha e a saúde dela.

- Vocês são as mães de Cecília, certo? - Perguntou uma enfermeira e nós concordamos nos levantando.

- Como está a minha filha? - Helena perguntou.

- Ela está bem. - A moça sorriu e eu suspirei aliviada. - Aparentemente a febre de Cecília foi apenas emocional, nós conseguimos controlar com o medicamento e ela está bem agora. Se vocês quiserem vê-la podem entrar. - Helena pegou em minha mão e eu me virei para a enfermeira agradecendo.

A sala em que Ceci estava era cheia de brinquedos, papéis de parede infantil e o meu Pinguinho estava deitadinha na cama dormindo.

Eu me aproximei sentindo minha garganta doer ao ver a minha filha que parecia tão fragil naquele momento.

- Que susto você deu na mamãe, pinguinho. - Falei com a voz trêmula e acariciei seus cabelos.

- Será que ela está bem mesmo? - Helena perguntou se aproximando timidamente de mim.

- A enfermeira disse que era febre emocional, o Rafa teve muito isso quando era bebê, toda vez que ficava longe de mim. - Falei sem olhar para ela.

- Mas por que aconteceu isso com ela? A Ceci nunca teve isso. - Helena disse segurando na mãozinha de nossa filha.

- Ela sentiu sua falta. - Falei baixo. - Chegou da escola procurando por você toda empolgada, e quando eu disse que você não viria ela ficou extremamente triste.

Eu vi Helena encher os olhos de lágrimas e uma delas desceu pelo seu rosto, mas ela rapidamente a secou.

- Desculpa a mamãe, meu amor. - Helena se abaixou ficando agachada na frente da caminha onde Ceci estava deitada e falou com a voz chorosa enquanto acariciava seu rostinho sereno. Meu peito se apertou com aquele cena, eu sei que grande parte da culpa era minha. - Me dói tanto te ver assim quietinha, minha filha. - Ela fungou secando os olhos. - A mamãe promete nunca mais ficar longe de você, do seu irmãozinho e nem da mamãe. - Ela me olhou com os olhos marejados. - Eu vou sempre proteger vocês.

Tentei ao máximo desviar o meu olhar do dela, mas parecia que algo nos prendia. Helena continuou a velar o sono de Ceci e senti meu filho começar a se mexer dentro de mim.

- Está sentindo dor? - Ela perguntou ao perceber minha inquietação.

- Não, ele só está mexendo bastante. - Falei sentindo um chute na costela e me ajeitei melhor na poltrona que tinha ali.

- É... - Ela pigarreou. - Eu posso? - Apontou para minha barriga e eu apenas acenei com a cabeça. Helena se aproximou mais de mim e colocou a cabeça em minha barriga enquanto abraçava minha cintura.

Eu fazia um esforço enorme para não chorar, aquela situação estava me consumindo bastante.

- Oi, meu filho. - Ela sussurrou acariciando aquela região. - Está agitado hoje, hum? Deve ser porque a mamãe Clara estava muito agitada também. - Falou sem me olhar. - Está tudo bem aqui fora, ok? A sua irmãzinha só teve um pouquinho de febre, mas ela já está melhor. - Inconscientemente eu levei minha mão até os cabelos de Helena afastando alguns fios que estavam em seus olhos. - Fica calminho aí dentro, pode ser? A mamãe Clara sente um pouquinho de dor quando você chuta ela assim. - Ela riu baixinho. - A mamãe ama você, meu amor. - Deixou alguns beijos pela minha barriga e logo se levantou indo novamente até Ceci.

Clarena- Uma história de amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora