Capítulo 77

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Pov Helena

Eu caminhava pelo shopping animadamente, eu amava passear, era uma terapia para mim. Em minhas mãos, sacolas de vários tipo, e muitas, mas muitas coisinhas para minha filha, eu me tornei o que eu mais temia, uma mãe que não pode ver nada que já quer comprar para a filha. Olhei em meu relógio de pulso e vi que já havia passado horas demais na rua, e que já estava na hora de voltar. De repente meu celular tocou, era Clara .

Ligação on

- Oi, amor. - Atendi enquanto sai do shopping.

- Amor... - Meu coração gelou ao ouvir a voz chorosa de minha esposa do outro lado da linha.

- Clara, o que foi? Por que você está chorando? - Perguntei aflita e ela fungou. - Aconteceu alguma coisa?

- Aconteceu. - Fiquei preocupada. - A Bia e a Ceci, amor... - Eu parei no meio o caminho para que pudesse escutar direito.

- O que tem elas, Clara? - Perguntei com medo do que poderia ouvir.

- A Clarice... - Minha esposa tentava falar,as o choro a impedia. - A Clarice pegou as duas dizendo que queria fazer uma surpresa para mim e agora está levando elas para algum lugar. - Meus joelhos começaram a vacilar e eu não podia acreditar no que estava ouvindo.

- Não, amor. - Meus olhos lacrimejaram. - Diz que é brincadeira. - Pedi em súplica.

- A Bia conseguiu me mandar uma mensagem dizendo estar com muito medo, porque a Clarice está dizendo algumas coisas estranhas, eu tentei ligar para a Bia mas não dá, só dá fora de área. - Eu podia sentir o desespero de minha esposa. - Eu vou avisar a polícia.

- Meu Deus do céu. - Passei as mãos pelo meu rosto e chorei sentindo meu coração doer com essa informação.

- Eu vim em casa conferir se era verdade mesmo, e quando cheguei não tinha ninguém aqui. - Clara falava desesperada.

- Vem me buscar, Clara, por favor, eu não tenho forças para ir embora sozinha. - Pedi entre soluços e minha esposa concordou desligando a chamada em seguida.

Ligação off

Eu afundei o rosto entre minhas mãos e chorei compulsivamente. Não podia ser, a minha filha nas mãos daquela megera. Só olhar meu celular eu percebi que tinha várias ligações perdidas de Bia e um áudio.

" Dona Helena, a irmã da dona Clara veio buscar eu e Ceci aqui, dizendo que queria fazer uma surpresa para a irmã, aí como ela disse que a senhora autorizou, a gente está indo. Beijo. "

Ao final eu ouvi um gritinho de minha filha e minhas lágrimas rolaram com mais intensidade. Alguns longos minutos depois eu avistei minha esposa que veio correndo ao meu encontro e me abraçou forte.

- A nossa filha, amor, a Clarice não tinha esse direito. - Ela disse chorando e eu a apertei em meus braços. - A Bia também coitada, ela parecia estar desesperada.

- Eu não acredito que isso está acontecendo com a gente. - Falei ao nos separarmos e nós saímos dali rapidamente.

- Eu já acionei a polícia, mas eles estão muito lentos, eu acho que consigo rastrear o celular da Bia. - Clara disse enquanto olhava algo em seu celular. - Eu vou atrás delas. - Me olhou e eu me preocupei. - Eu não vou esperar a boa vontade da polícia, eu te deixo em casa e vou.

- Não, eu vou com você. - Falei e ela concordou dando partida e saiu cantando pneu.

Meu coração doía ao imaginar o que minha filha poderia estar passando, um bebê tão inocente estar passando por isso. Eu sabia que a irmã da Clara era baixa, mas não ao ponto de sequestrar um bebê indefeso. Pensando nisso minhas lágrimas desceram enquanto eu tinha a cabeça encostada no banco do passageiro.

Clarena- Uma história de amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora