Capítulo 48

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Pov Clara

Tudo aconteceu lentamente...

O barulho do tiro ecoou em meus ouvidos.

Minhas pernas fraquejaram. Não podia ser. Eu não podia ter perdido o amor da minha vida.

Rafael tentou, mas o meu desespero foi maior e eu consegui me soltar de seus braços, juntei todas as minhas forças e corri para dentro daquela casa, sem me importar com meu nome sendo chamado diversas vezes atrás de mim.

A cena a seguir só me deixou mais desesperada ainda.

Theo estava no chão com a arma ainda em suas mãos, sua roupa branca, agora estava toda vermelha por conta do sangue.

E ao seu lado estava ela.

A minha Helena.

Ela estava deitada no chão com os olhos fechados e com a roupa toda coberta de sangue também. Eu corri até ela me agachando ao seu lado e pegando em seu rosto.

- Helena? - Chamei entre lágrimas. - Amor? - Helena não me correspondia.

- Yone ligue para o IML. - A delegada disse e meu coração bateu dolorosamente dentro do meu peito. Como assim IML?

- IML?? M..mas por que? - Eu perguntei com medo da resposta, enquanto tentava acordar Helena que ainda estava com a cabeça em meu colo. - Não me diga que... - Eu falei sem conseguir terminar minha frase, e olhei para Helena desacordada em meu colo e cai num choro compulsivo. Logo senti aquelas mãos macias deslizarem pelo meu rosto, e aqueles olhos que eu tanto amava me olharem. Abracei Helena forte e desabei em seus ombros, pouco me importava estar sendo suja de sangue, eu só estava aliviada por tê-la ali comigo. - Meu amor, que susto você me deu. - Eu falei segurando em seu rosto.

- O Theo está morto, Clara...- A voz da delegada me despertou e eu a olhei. Apesar de tudo foi muito estranho ouvir aquilo. - A arma deve ter disparado sozinha, a polícia científica está a caminho para fazerem a investigação certinha.

- E..ele - Helena tentou falar mas não conseguiu.

- O que, meu amor? - Perguntei.

- O Theo, está m..morto? - Ela perguntou com uma feição espantada e os olhos cheios de lágrimas. Eu apenas concordei com a cabeça. - Não foi eu, amor, eu juro que não fui eu, eu...  - A interrompi.

- Ei, calma, eu sei que não foi você, fica calma meu amor. - Eu falei passando a mão pelo seu rosto.

- Helena você foi muito corajosa, e muito arriscada também, o tiro poderia ter te acertado. - Jeiza falou e eu não sei como eu ficaria se tivesse acontecido algo de ruim com Helena ou com o Rafa.

- Eu não pensei muito na hora, ele estava apontando a arma para mim e para o Rafa enquanto fazia um vídeo para a Clara, e depois ele se distraiu, então... - Respirou fundo. - Então eu aproveitei e chutei a arma, mas ele conseguiu pegar e como ele era mais forte que eu ele conseguiu ficar no controle. Ele tentou me enforcar, e depois disso eu não me lembro de mais nada. - Ela falou enquanto suas lágrimas escorriam pelo seu rosto. - O bebê, Clara... - Ela falou com uma feição espantada e eu me preocupei. - Ele estava em cima da minha barriga, amor e agora eu estou sentindo uma dor... - Helena chorou forte e então olhou para baixo vendo a quantidade enorme de sangue. - A minha filha, amor... - Helena falou desesperada.

- Leva ela para o hospital, Clara, rápido. - A delegada Heloísa disse e eu me levantei rapidamente ajudando minha namorada se levantar também com o apoio de Jeiza, e nós a levamos até o carro.

- Meu amor, fica calma, eu vou te levar para o hospital. - Eu falei colocando Helena no banco da frente e passando o cinto pelo seu corpo enquanto ela estava com as mãos sobre a barriga.

Clarena- Uma história de amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora