Capítulo 75

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Pov Helena

Percebi que Clara estava demorando para voltar e resolvi ir até ela ver o que aconteceu.

- Ela demorou, né? - Dona Iolanda disse e eu concordei. - Vamos lá ver. - Nós nos levantamos e seguimos até o lado de fora da casa.

Percebi que minha esposa estava estática enquanto uma mulher estava a sua frente com uma bolsa nas mãos. Eu acelerei meus passos e vi que Clara estava pálida, e então me preocupei.

- Meu amor? - Passei as mãos pelo seu rosto e ela me olhou com uma expressão assustada. - O que foi? - Perguntei e Clara apenas maneou com a cabeça para me mostrar a figura da pessoa que estava a sua frente.

- Pois não? - Perguntei. - Deseja alguma coisa? - Ela deu um sorriso esnobe e arqueou as sobrancelhas.

- Sim, desejo conversar com minha IRMÃ. - Deu ênfase no irmã e então eu percebi o motivo de Clara ter ficado daquele jeito. - Mas vejo que ela está um pouco assustada, uma vez que nem me reconheceu.

- Clarice? - Dona Iolanda perguntou.

- Titia querida, que bom rever a senhora. - Disse com uma voz falsa e deu um abraço na tia.

- O que você quer, Clarice? - Minha esposa então falou com uma voz fraca.

- Ah, resolveu falar agora, achei que tinha visto algum fantasma. - Disse. - Mas mudando de assunto, eu vim para rever minha irmãzinha que eu tanto sinto saudades.

- Até agora eu não entendi o que você está querendo com isso tudo, Clarice. - Minha esposa disse. - Você não acha que já arruinou minha vida demais não?

- Eu? - Perguntou apontando para si mesma. - Eu jamais arruinei sua vida, irmãzinha.

- Não me chame de irmã, por favor, você não é minha irmã. - Clara disse. - Eu não quero saber de nada que vier de você, então por favor dá licença.

- Que educação, hein, Clara? É por isso que nossos pais sempre me prefeririam. - Disse na maior cara de pau e eu senti o corpo de Clara se tensionar e então eu passei meus braços pelos seus ombros.

- Você pode ir embora por favor? - Intervi. - Você já escutou que a Clara não quer conversar com você.

- E você é quem mesmo? - Perguntou me olhando com uma cara de nojo, e antes que eu pudesse responder minha esposa falou primeiro.

- Ela é a minha esposa, então trate ela melhor, porque você pode até me atacar, falar o que você quiser para mim, mas não a ataque, ou as coisas não vão ficar boas para você. - Clara esbravejou.

- Lembrem-se que estamos no meio da rua, não vão brigar aqui. - Dona Iolanda disse e eu concordei.

- Eu vim em paz, Clarinha, eu posso entrar? - Perguntou e Clara nada respondeu.

- Clarice eu não quero forçar amizade com você, a gente nunca se deu bem e não vai ser agora que isso vai acontecer. - Clara falou.

- Eu não vim forçar nada, só quero conversar. - A mulher falou.

- Eu posso até te deixar entrar, mas esperto que seja breve. - Minha esposa disse firme. - Eu não quero lisonja com você. - Nós demos espaço e a mulher entrou observando cada canto como se tivesse jugando tudo.

- Pelo menos em alguma coisa você conseguiu ser boa, muito bonita sua casa. - Disse e eu vi minha esposa revirar os olhos.

- Fica calma, tá? - Falei no ouvido dela e lhe dei um beijo na bochecha.

- Se você ver que eu estou ficando nervosa me segura, por favor, para eu não voar em cima dela. - Eu ri baixinho da fala de Clara. - Minha paciência é pouca você sabe.

Clarena- Uma história de amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora