Capítulo 78

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Pov Helena

Meus olhos não podiam acreditar no que eu via na minha frente.

Tudo aconteceu lentamente, Clara protegeu nossa filha com seu próprio corpo, e de repente minha esposa caiu no chão.

Eu corri até ela e me acolheu ao seu lado enquanto minhas lágrimas teimavam em cair.

Tudo parou naquele momento.

Clara ainda mantinha os olhos abertos e respirava com dificuldade.

- Eu amo vocês. - Ela disse com a voz falha e meu coração doeu, logo Clara fechou os olhos e eu me desesperei.

- Clara? Amor, fala comigo. - Eu pedia entre choro, sem forças mas nada dela responder. - Ajudem, pelo amor de Deus. Chamem uma ambulância. - Gritei desesperada para os policiais que ali estavam e logo os socorristas que estavam do lado de fora chegaram rapidamente colocando minha esposa em uma maca e saindo com ela para fora dali.

Clarice olhava tudo atônita enquanto era algemada e eu me levantei parando frente a frente com seu rosto.

- Se algo acontecer com ela, eu faço questão de ir atrás de você até no inferno. - Falei entre dentes e os policiais a tiraram dali.

Bianca ainda estava sentada no sofá, enquanto abraçava Cecília, eu corri até elas e as abracei com força. A moça chorava em meus ombros e eu percebi que ela tremia.

- A dona Clara, dona Helena... - Ela disse me olhando e eu sequei suas lágrimas. - É tudo minha culpa, eu não devia ter entrado naquele carro... - Bia chorou alto.

- Não é sua culpa, Bia, você não tem culpa de nada, fica calma. - Pedi e a ajudei a se levantar. Peguei minha filha em meu colo e beijei sua cabeça. - Está tudo bem, minha filha. - Falei e meu coração se apertou ao ver seus olhinhos vermelhos pelo choro. - Bia vai para casa, eu vou acompanhar a Clara no hospital. - Ela concordou e eu dei um beijo em cada uma delas e as mesmas saíram dali.

Eu corri até o nosso carro e peguei toda documentação de Clara enquanto entrava na ambulância e arrancava rapidamente dali. Minha esposa estava cheia de aparelhos e pelo que eu soube ela estava desacordada e perdia muito sangue.

- Vai fica tudo bem, meu amor. - Eu pedi com a voz embargada e segurei sua mão a levando até os meus lábios. - Eu estou aqui com você. - Sussurrei em seu ouvido e em questão de minutos nós chegamos ao hospital.

Os paramédicos entraram correndo com ela na recepção e eu tentei ir atrás, mas fui barrada.

- Não, a senhora não pode entrar. - Um deles disse. - É melhor fazer a ficha dela na recepção. - Concordei derrotada e me encaminhei para a recepção.

- Oi, é... boa tarde eu... a minha esposa acabou de levar um tiro e eu quero fazer a ficha dela. - Falei embaralhada e a moça logo me entendeu e pediu alguns documentos.

- Helena. - Ouvi uma voz gritar ao fundo e logo avistei Rafael vindo correndo ao meu encontro com o rosto banhado de lágrimas. Ele me abraçou forte e se deixou chorar em meus ombros. - Não é possível que está acontecendo tudo de novo, Helena... - Meu enteado disse com a voz embargada e eu deixei um beijo em sua cabeça.

- Ela vai ficar bem, Rafa a sua mãe é muito forte e vai sair dessa. - Falei tentando acalma-lo e o puxei para se sentar comigo em uma das cadeiras da recepção.

- O que aconteceu, Helena? A Bia me ligou desesperada falando que ela tinha levado um tiro e eu fiquei sem entender nada. - Ele disse.

- Você soube que a irmã da sua mãe estava no Brasil, né? - Ele concordou com a cabeça. - Pois então, ela estava tentando de toda forma se aproximar da Clara, mas sua mãe não queria por tudo que aconteceu no passado.

Clarena- Uma história de amor...Onde histórias criam vida. Descubra agora