Aquele Idiota 2 - Epílogo ♡

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Ayla

Cinco anos se passaram desde aquela época louca. A vida se acalmou um pouco, mas, se você me perguntasse, eu diria que ainda havia aquele caos dentro do meu coração. Eu e Dylan morávamos com nossa pequena Manoela, de três anos, que era uma verdadeira tempestade de fofura e energia. E, claro, com a presença constante da nossa capetinha favorita, Hazel, que adorava passar o dia conosco - embora de uma forma um tanto... peculiar.

Naquele dia, o sol já começava a se pôr, e eu estava na cozinha, tentando preparar algo decente para o jantar, mas a minha mente estava longe. O atraso me fazia entrar em parafuso. Eu sentia que algo estava diferente, mas não queria acreditar. Poderia estar... grávida?

O teste de farmácia na bancada me dava a resposta, mas eu não conseguia absorver a informação.

- Não, não pode ser... - murmurei para mim mesma, segurando o palitinho com mãos trêmulas. - Meu Deus...

Meu coração batia acelerado, e um milhão de pensamentos surgiram ao mesmo tempo. Como seria ter outro bebê? Como Manu reagiria? E Dylan... Meu Deus, e se ele ficasse assustado com a ideia?

Foi quando meu celular vibrou, trazendo-me de volta para a realidade. Fernanda.

- Ai, Ayla, pelo amor de Deus! - A voz dela veio animada do outro lado da linha. - Faz esse teste logo, você tá na cara que tá grávida! Não me faz esperar mais, vai logo!

Respirei fundo e tomei coragem. Olhei novamente para o teste e, dessa vez, deixei a ficha cair. Dois risquinhos. O resultado estava claro.

Eu estava grávida.

Minha cabeça girava, e antes que eu pudesse processar tudo, Hazel apareceu, jogando-se no sofá da sala, os olhos grudados na TV. Mas assim que me viu, levantou as sobrancelhas.

- O que foi? Você tá com cara de quem viu um fantasma.

Eu engoli em seco, mas era impossível disfarçar.

- Eu... Eu tô grávida, Hazel.

A reação dela foi imediata, e sem nem um segundo de hesitação, ela gritou:

- AAAAAAH! Eu sabia! - Ela deu um pulo do sofá, rindo. - Não usou camisinha, né?!

Cobri o rosto com as mãos, rindo e ao mesmo tempo tentando processar tudo.

- Eeeeeee! Já sei, vocês vão me contar o nome do bebê! Vai se chamar Dylanzinho, ou Ayla Jr.?

A risada dela foi tão espontânea e sem filtro que não consegui segurar a minha. Essa menina sempre foi uma mistura de sinceridade e maluquice.

Nesse exato momento, Dylan entrou na sala, carregando nossa pequena Manu nos braços. Ele franziu o cenho ao ver a cena: Hazel rindo, eu segurando um palitinho e, provavelmente, pálida como um fantasma.

- O que está acontecendo?

Eu ainda segurava o teste na mão, e meu coração bateu mais forte quando estendi para ele.

Dylan pegou o teste da minha mão, olhou para o resultado e, por um segundo, congelou. Então, de repente, ele arregalou os olhos e soltou:

— PORRA! SÉRIO?! CARALHO, AYLA! A GENTE VAI TER OUTRO BEBÊ?!

Ele riu alto, passando as mãos no rosto, completamente sem acreditar. Então me puxou para um abraço apertado, me girando no ar.

— EU TE AMO, EU TE AMO PRA CARALHO! ISSO É FODA! EU SOU O HOMEM MAIS FELIZ DO MUNDO!

Hazel, do sofá, gritou rindo:

— QUE BOM QUE NÃO USARAM CAMISINHA!

Eu e Dylan quase caímos de tanto rir.

Ele começou a deixar selinhos rápidos e empolgados pelo meu rosto, descendo para o meu pescoço, fazendo-me rir entrecortada.

— Isso só prova o que eu sempre digo: vocês dois são burros pra caralho com camisinha.

Dylan gargalhou, me abraçando ainda mais forte.

— E se a gente for burro desse jeito pro resto da vida?

Eu sorri, com o coração explodindo de felicidade.

— Então a gente vai ser burro e feliz pra sempre.

Ele então abaixou um pouco para ficar na altura da minha barriga e colocou as mãos sobre ela com delicadeza.

- Oi, cara... Ou princesa... Eu sou seu pai. - Sua voz saiu baixa, cheia de emoção.

Meu coração derreteu ao vê-lo daquele jeito. Manu, perguntou curiosa:

- Papai, o que tá fazeno?

Dylan olhou para ela, e um sorriso imenso se formou em seu rosto.

- A mamãe tem um bebê na barriga, Manu. Você vai ter um irmãozinho... ou irmãzinha.

Os olhinhos dela brilharam.

- Eu sou mana mais velha?!

- Sim, amor. Você vai ser a melhor irmã do mundo.

Ela bateu palminhas, animada, e saiu correndo pela sala. Logo voltou segurando um papel e entregou para mim.

- Mamãe! Papai! Oia o que eu fix!

Peguei o desenho e sorri. Eram vários rabiscos coloridos.

- Manu, que lindo! Mas o que é isso?

- É o bebê!

Dylan olhou para mim e precisou se segurar para não rir. Manu realmente já estava se preparando para o papel de irmã mais velha.

- Já tô adorando esse bebê. Mas ele cabe no meu quarto, né, mamãe?

- Claro que cabe, meu amor - respondi, emocionada.

O telefone tocou, e quando olhei para a tela, vi o nome do meu pai. Respirei fundo antes de atender.

- Oi, pai!

- E aí, filha! Tudo bem? Como estão as coisas por aí?

Troquei um olhar com Dylan, que sorria largamente, e sem rodeios, soltei a bomba:

- Pai, adivinha? Estou grávida de novo!

Houve um silêncio do outro lado da linha. Então, de repente, a voz animada de Edson ecoou:

- O QUÊ?! Você está grávida de novo?! Isso é... isso é incrível, Ayla!

Sua alegria era tão genuína que meu peito se aqueceu.

- Eu vou ser avô de novo! Meu Deus, isso é maravilhoso! Como você está se sentindo? Posso contar para todo mundo?

Ri, sentindo a felicidade transbordar.

- Está tudo ótimo, pai. Eu e Dylan estamos muito felizes, foi uma surpresa boa.

- Filha, eu não poderia estar mais feliz por você! Esse bebê já é muito amado.

Dylan me puxou mais para perto e sussurrou no meu ouvido:

- Diz para ele que eu já tô planejando fazer um campo de futebol na casa para as crianças.

Ri, repetindo a brincadeira para Edson, que caiu na gargalhada.

- Se depender de vocês, vou ter um time de netos!

Dylan e eu nos olhamos, sorrindo. Mesmo quando as coisas pareciam complicadas, havia algo único na nossa família. Estávamos crescendo juntos, e isso só tornava tudo ainda mais especial.

Hazel voltou correndo, parou na nossa frente e cruzou os braços, fingindo uma expressão séria.

- Então... posso sugerir um nome?

- Depende - Dylan respondeu, divertido.

- Se for menina, acho que deveria ser Hazel Júnior.

Eu revirei os olhos, rindo.

- Claro que sim, Hazel.

Ela deu de ombros.

- Não custa tentar.

E foi assim que, em meio a risadas, sustos e felicidade, nossa família cresceu um pouco mais naquele dia.

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora