Capítulo 019

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(...)

Anahi virou-se, chocada, o rosto perdendo a cor. Quanto a Herrera, estava inabalável. A postura confiante e aristocrática de sempre, o sorriso pretensioso definido nos lábios. Incrivelmente bonito, ela diria. Ele fitou a janela fechada, depois tornou a olhar para Anahi, misterioso.

– Boa noite – disse ele, girando a chave na fechadura.

– Você... – ela sussurrou, assustada – Como...? Como entrou?

– O que foi? Viu um fantasma? – ele perguntou divertidamente, logo depois começou a se aproximar, ignorando as especulações de Anahi. Os cotovelos da loira bateram contra a penteadeira atrás dela, desequilibrando alguns frascos de cosméticos. Ela se ergueu, atônita.

– Alfonso, eu pensei melhor e acho que... – começou a justificar, nervosa. Ele tirou os cabelos de seu rosto e segurou-a pela nuca – Eu acho que nos precipitamos. Você deveria voltar... – mas então ele a beijou com firmeza, fazendo Anahí se inclinar para trás, sentindo a boca ser devorada pela dele. Quando ele se afastou, ela soltou um suspiro sôfrego – Voltar para casa.

Alfonso riu, fazendo-a ficar de costas para ele.

– Você já não sabe que não faço nada além do que você queira? – inquiriu, afastando os cabelos loiros para o ombro direito de Anahi – Você me convidou.

– Sim, mas foi uma loucura, uma completa insanidade. Mudei de ideia. Eu não posso fazer isso.

– Mesmo? – ele ergueu uma sobrancelha – Agora é um pouco tarde, anjo. Estamos numa viagem sem volta.

As mãos experientes de Alfonso então seguraram a cintura de Anahi para encaixar seu corpo ao dele. A boca deslizou pela orelha até o ombro, beijando-a em breves intervalos. Anahi não percebeu, mas deixou a cabeça pender para o lado, expondo ainda mais a pele ao toque de Alfonso.

– Você trancou a janela para que eu não entrasse? – ele questionou tranquilamente. Anahi não respondeu, sentindo a mão dele se apossar do nó que impedia sua toalha de cair. Ele perguntou outra vez, duro: – Trancou a janela, Anahi?

– Não, por favor... Eu imaginei que viesse pela madrugada, Alfonso – disse finalmente, angustiada.

– Mentirosa – ele acusou com um grunhido – Por que está com medo de mim?

Anahi teve de se virar para ele.

– Estou com medo do que vem depois disso, que eu nem sequer sei o que é.

– Eu sei o que vem depois. Nós vamos repetir. Vamos fazer de novo – declarou, olhando-a nos olhos – Até que você esteja gritando meu nome, como você fez hoje.

– Alfonso, não posso... – ela vacilou, engolindo em seco – Isso tem implicações sérias.

– E maravilhosas também. Estou aqui porque vou assumi-las – disse com um sorriso. Um sorriso absolutamente sedutor – Eu posso fazer o que você quiser, Ana. Tudo o que você quiser.

– Mas eu não quero nada!!

Ele balançou a cabeça negativamente e sussurrou um "Shhh" com um aceno impaciente de mãos. Desfez o nó da toalha de Anahi, ainda segurando as duas pontas, e ela achou que o coração não teria capacidade de bater mais rápido. Tentou segurá-la para voltar a se cobrir mas foi inútil. Estava morrendo de vergonha. O que lhe restou foi fechar os olhos, sabendo que os de Alfonso estavam escorregando pelo seu corpo despido e molhado. Com um impulso, ele fez a toalha girar, enrolando-se, de modo que havia virado quase uma corda contra as costas de Anahi.

– Chega de mentir – ele falou. Então com um brusco puxão na toalha, trouxe Anahi para perto. Ela soluçou de susto ao bater os seios contra o peito dele. Um segundo depois ele estava beijando-a. Parecia ter fome dela inteira. E ela sabia: estava completamente perdida.

Ruas de OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora