(...)
Anahi virou-se, chocada, o rosto perdendo a cor. Quanto a Herrera, estava inabalável. A postura confiante e aristocrática de sempre, o sorriso pretensioso definido nos lábios. Incrivelmente bonito, ela diria. Ele fitou a janela fechada, depois tornou a olhar para Anahi, misterioso.
– Boa noite – disse ele, girando a chave na fechadura.
– Você... – ela sussurrou, assustada – Como...? Como entrou?
– O que foi? Viu um fantasma? – ele perguntou divertidamente, logo depois começou a se aproximar, ignorando as especulações de Anahi. Os cotovelos da loira bateram contra a penteadeira atrás dela, desequilibrando alguns frascos de cosméticos. Ela se ergueu, atônita.
– Alfonso, eu pensei melhor e acho que... – começou a justificar, nervosa. Ele tirou os cabelos de seu rosto e segurou-a pela nuca – Eu acho que nos precipitamos. Você deveria voltar... – mas então ele a beijou com firmeza, fazendo Anahí se inclinar para trás, sentindo a boca ser devorada pela dele. Quando ele se afastou, ela soltou um suspiro sôfrego – Voltar para casa.
Alfonso riu, fazendo-a ficar de costas para ele.
– Você já não sabe que não faço nada além do que você queira? – inquiriu, afastando os cabelos loiros para o ombro direito de Anahi – Você me convidou.
– Sim, mas foi uma loucura, uma completa insanidade. Mudei de ideia. Eu não posso fazer isso.
– Mesmo? – ele ergueu uma sobrancelha – Agora é um pouco tarde, anjo. Estamos numa viagem sem volta.
As mãos experientes de Alfonso então seguraram a cintura de Anahi para encaixar seu corpo ao dele. A boca deslizou pela orelha até o ombro, beijando-a em breves intervalos. Anahi não percebeu, mas deixou a cabeça pender para o lado, expondo ainda mais a pele ao toque de Alfonso.
– Você trancou a janela para que eu não entrasse? – ele questionou tranquilamente. Anahi não respondeu, sentindo a mão dele se apossar do nó que impedia sua toalha de cair. Ele perguntou outra vez, duro: – Trancou a janela, Anahi?
– Não, por favor... Eu imaginei que viesse pela madrugada, Alfonso – disse finalmente, angustiada.
– Mentirosa – ele acusou com um grunhido – Por que está com medo de mim?
Anahi teve de se virar para ele.
– Estou com medo do que vem depois disso, que eu nem sequer sei o que é.
– Eu sei o que vem depois. Nós vamos repetir. Vamos fazer de novo – declarou, olhando-a nos olhos – Até que você esteja gritando meu nome, como você fez hoje.
– Alfonso, não posso... – ela vacilou, engolindo em seco – Isso tem implicações sérias.
– E maravilhosas também. Estou aqui porque vou assumi-las – disse com um sorriso. Um sorriso absolutamente sedutor – Eu posso fazer o que você quiser, Ana. Tudo o que você quiser.
– Mas eu não quero nada!!
Ele balançou a cabeça negativamente e sussurrou um "Shhh" com um aceno impaciente de mãos. Desfez o nó da toalha de Anahi, ainda segurando as duas pontas, e ela achou que o coração não teria capacidade de bater mais rápido. Tentou segurá-la para voltar a se cobrir mas foi inútil. Estava morrendo de vergonha. O que lhe restou foi fechar os olhos, sabendo que os de Alfonso estavam escorregando pelo seu corpo despido e molhado. Com um impulso, ele fez a toalha girar, enrolando-se, de modo que havia virado quase uma corda contra as costas de Anahi.
– Chega de mentir – ele falou. Então com um brusco puxão na toalha, trouxe Anahi para perto. Ela soluçou de susto ao bater os seios contra o peito dele. Um segundo depois ele estava beijando-a. Parecia ter fome dela inteira. E ela sabia: estava completamente perdida.
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Ruas de Outono
Fanfiction[CONCLUÍDA] *** Londres, 1874 Alfonso massageou a densa cascata de cabelos dourados que caía sobre o travesseiro ao seu lado. Anahi estava adormecida há algum tempo, imersa em um sono profundo, enroscada nos alvos lençóis de seda. Enquanto isso, el...