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Anahi acordou lentamente, o torpor do sono profundo que tivera a noite inteira abandonava seu corpo aos poucos. Ela se sentou, olhando ao redor. Para sua surpresa, o lençol escorregou e revelou seus seios. Anahi o recolheu de volta, confusa. Tinha certeza que havia ido dormir vestida, não podia simplesmente ter acordado nua. Não deveria, pelo menos. A não ser que... Alfonso...
Ela procurou pelo marido, varrendo o quarto com os olhos, mas o único resquício de que ele havia passado por ali era a colcha amassada ao seu lado. E ele nem deveria ter dormido em seu quarto! Bom, a discussão teria que esperar, mas ela ia acontecer. Realmente ia, isso era um fato. Dessa vez Anahi não iria evitar.
Ela se enrolou no lençol, erguendo-se para ir até o banheiro. Então quando abriu a porta, o susto quase a matou: Alfonso estava lá, enchendo a tina de água, o roupão aberto pendendo em seus ombros deixando a mostra tudo o que Anahi não precisava exatamente ver tão nitidamente, embora conhecesse bem.
– Meu Deus!!! – ela gritou, tapando os olhos com uma mão – Que... – gaguejou, constrangida – Que droga! Você me assustou!
Alfonso ergueu uma sobrancelha, mas ela não viu o gesto, simplesmente o ouviu gargalhar.
– Você quem invadiu o banheiro, Ana – protestou, divertido.
– Eu não sabia que você estava aqui! – ela argumentou – Nu, ainda por cima!
– Eu tomo banho nu. Você não?
– Sim. E também acordo nua sem explicação – replicou, sarcástica. Zangada, Anahi girou na direção de Alfonso, mas ele estava bem a sua frente com as mãos posicionadas na cintura, abrindo ainda mais o roupão. Ela girou de volta, chocada, o rosto quente de vergonha – Por favor, cubra-se!
Outra vez ele riu, atando o nó do roupão.
– Feito – avisou.
Primeiro Anahi o olhou de esguelha, desconfiada. Depois cruzou os braços, encarando-o com o queixo erguido um nível acima do normal.
– O que aconteceu com meu vestido?
– Ora, eu o tirei ontem a noite – explicou, óbvio.
– Tirou minha roupa íntima também?
– Tirei.
– Podia ter me acordado para que eu mesma fizesse isso – ela grunhiu, mal contendo a indignação.
– Para quê? Eu sei como fazer isso sem a sua ajuda – ele deu de ombros, amparando-se pelo quadril no tonel – Você estava desconfortável e tão cansada que nem se moveu, nem percebeu. Atrapalhar seu sono seria uma covardia, anjo.
– Você...? – ela riu, olhando-o com desdém – Falando em covardia?!
– Ana... – Alfonso suspirou, rolando os olhos – A essa hora da manhã? Sério?
– Você abusou de mim também, Alfonso? – ela perguntou, ríspida e maldosa – Não duvido que o tenha feito. Você não consegue entender que não tem mais direito nenhum sobre mim, sobre o meu corpo! Você desconhece os limit... – subitamente Anahi se interrompeu, sentindo um jato de água gelado bater de maneira violenta contra seu peito, respingando em seu rosto e cabelos. Ela cambaleou para trás, fechou os olhos e abriu a boca, afônica, até finalmente entender que Alfonso havia arremessado um balde de água contra ela – O quê???? – gritou, incrédula e esganiçada, vendo-o dobrar-se de rir.
– Esse lençol caiu bem em você, meu amor – ele gracejou, deixando os olhos percorrerem o corpo da esposa. O tecido branco empapado grudara em seu corpo, revelando-o através da transparência. Ela olhou para si mesma, observando o estrago, mas antes de qualquer reação, Alfonso já estava perto dela, sussurrando: – Mas nada é melhor que te ver nua sem nada para cobrir.
Com isso, ele puxou o lençol pelas bordas, arremessando longe do alcance da loira, deixando-a sem nada. Pasma Anahi estava; pasma ela continuou. Imóvel, não esboçou reação alguma além do reflexo de se encolher para se cobrir com os braços. O que era completamente inútil, claro. Alfonso, por sua vez, estava obviamente deliciado. Há tempos ele não tinha um dia tão proveitoso.
– Seu... – ela rosnou, furiosa, respirando fundo – Desgraçado!!! Eu vou arrancar os seus olhos!!!
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Ruas de Outono
Fanfiction[CONCLUÍDA] *** Londres, 1874 Alfonso massageou a densa cascata de cabelos dourados que caía sobre o travesseiro ao seu lado. Anahi estava adormecida há algum tempo, imersa em um sono profundo, enroscada nos alvos lençóis de seda. Enquanto isso, el...