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O resto do dia transcorreu com tranquilidade. O evento acabou e Anahi se isolou no quarto, enquanto Alfonso e Christopher discutiam os negócios no escritório. Ela estava cansada, de pés doloridos, cabeça latejando, e também parecia ter comido demais. Tomou banho e simplesmente não resistiu à tentação de ordenar que alguma empregada massageasse seus pés.
Anahi deitou-se numa enorme poltrona acolchoada, com os cabelos soltos espalhados em seus ombros e as pernas esticadas. A empregada sentou num banco a sua frente, recolhendo os pés da loira e colocando-os sobre os seus próprios joelhos.
Ao longo da massagem, Annie ia se permitindo relaxar, devaneando em pensamentos que por segundos fugiam de seu controle e se tornavam relances de sonhos, tudo rápido demais...
Se pudesse teria evitado, mas Alfonso ocupou seu inconsciente sem pedir permissão. O sonho breve acalentava. Nele as coisas eram diferentes. Era surreal e não havia mentira, nem sofrimento. Então Anahi abria os olhos e sentia a realidade com uma dor lancinante no peito. A massagem a fazia relaxar outra vez e novas ondas de imagens dispersas dançavam em sua mente por míseros minutos. Mas cada vez que Anahi despertava, era pra se certificar que nunca poderia ser de Alfonso outra vez. Nunca o perdoaria.
Ela estava quase dispensando a empregada quando ele entrou no quarto e deu a ordem em seu lugar, sentando-se onde antes a criada estava.
– Eu termino isso – disse ele – Nem imagino o quanto esteja cansada, meu amor.
Anahi endireitou a cabeça, de cenho franzido, pensando ter escutado algo errado. Mas então ele sorriu, gentil, apanhando a perna dela pelo calcanhar. Anahi arqueou uma sobrancelha, enfadada. Era nato daquele homem jogar charme, como uma forma de deboche, e se deliciar ao ver que funcionava. Ela se recordava muito bem de como ele o fazia e não pretendia cair duas vezes na mesma armadilha.
– Não vou para a cama com você – anunciou, aborrecida – Não vou entrar no seu jogo. Não adianta tentar tirar ainda mais proveito de mim enquanto eu ainda estiver aqui. Vai ser exatamente dessa forma, todos os dias, até que você finalmente vá embora. Você converteu minha vida em um inferno, então acho justo retribuir – disparou, encarando-o. No fim ela sorriu, inclinando a cabeça – Mas se quiser continuar com a massagem, eu agradeço.
Alfonso piscou, surpreso. Ela era realmente direta e cruel quando queria. Então ele riu. Seria tolice supor que um pouco de delicadeza faria Anahi cair em seus braços outra vez. No fundo, mesmo exacerbando no otimismo, ele havia suposto que tornar o convívio - físico (e agora inexistente) - dos dois um pouco melhor não seria uma tarefa exatamente fácil, mas agora parecia muito mais difícil.
Apesar disso, ele não ia desistir na primeira frustração. Com Anahi era sempre assim. E valia o sacrifício.
– Você estava linda hoje – ele comentou, deslizando os dedos pelo dorso do pé da loira. Ela queria explodir, mas manteve a boca em uma linha reta e firme. Os olhos não transmitiam emoção – Mas não precisava parecer tão infeliz.
– Eu não sou boa atriz como você. Entendo que como sua esposa eu precise estar sempre impecável, afinal eu carrego seu sobrenome, não é? Tentarei melhorar da próxima vez – ironizou.
– Melhorar inclui não ficar de conversinha com Ian – Alfonso retrucou, ríspido. Anahi simplesmente começou a rir.
– Se fosse antes, eu diria que você está morrendo de ciúmes, Alfonso.
– Ciúmes seria necessário, Ana?
– Não sei, Alfonso. Seria? – ela perguntou, desdenhosa – O que incomoda mais? Que Ian seja um homem tão bem sucedido a ponto de oferecer, por essa mansão, um valor que espantou até mesmo você, um mercenário ganancioso? Que ele tenha corrido até mim simplesmente para me fazer sorrir? Ou que eu, a esposa de Alfonso Herrera, ache tudo isso incrível?
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Ruas de Outono
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] *** Londres, 1874 Alfonso massageou a densa cascata de cabelos dourados que caía sobre o travesseiro ao seu lado. Anahi estava adormecida há algum tempo, imersa em um sono profundo, enroscada nos alvos lençóis de seda. Enquanto isso, el...