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Anahi fechou os olhos, sentindo as mãos de Alfonso massageando seus cabelos sobre o travesseiro. Ela fingia que dormia, tinha tempo até que ele tivesse que levá-la de volta. O seu corpo estava cansado, mas sua cabeça ainda trabalhava. E Anahi precisava colocar os pensamentos em ordem, sobretudo depois das palavras de Dulce.
Ela sabia que casariam. Mesmo antes do que havia acontecido em seu quarto, no celeiro, no quarto de Alfonso... Mesmo antes disso tudo, ela sabia que ia se casar. Se antes Alfonso havia se mostrado disposto a esperar cinco meses, de acordo com sua exigência, era porque o queria. Mas Dulce insinuara tantas coisas... Que podia não haver um casamento, que podia não haver sequer um pedido, que Alfonso queria apenas o que já havia conseguido. E tinha Margareth. Anahi não sabia como a tia reagiria a um casamento tão rápido, depois de uma corte que não durara nem um mês. O que ela ia dizer? Qual motivo a levara a acelerar tudo?
Bem, isso só Anahi e Alfonso sabiam. O que ele não sabia era que ela estava terrivelmente dividida, devaneando em silêncio: queria casar imediatamente, ser a esposa de Alfonso Herrera. Mas ainda não podia.
Ela se arrepiou, perdendo a linha do pensamento, quando sentiu a mão grande escorregar por sua nuca, transmitindo um toque suave e dúbio, enquanto o corpo de Alfonso já se moldava ao seu dorso, onde ele estivera encaixado horas antes. A mão deslizou mais à frente, na curva do delicado queixo e, lá, no espaço entre o maxilar e o busto, foi onde ele pôs o rosto para depositar um beijo carinhoso.
Assim que o fez, pôde perceber o leve estremecimento que sacudiu os músculos de Anahi.
Com essa mesma mão, trilhou um excitante caminho pela cintura delgada da loira, onde afastou os lençóis e a contemplou completamente nua. Anahi lutou consigo mesma para não se encolher inteira.
– Acorda, meu amor – Alfonso sussurrou para em seguida mordiscar o lóbulo de sua orelha. Ela se contorceu graciosamente quando uma onda quente de excitação correu por seu corpo. Alfonso insistiu, afetuoso e sedento, e ela deixou que escapasse uma risada de seus lábios apertados.
– Por que não me deixa dormir? – perguntou – Eu estava tentando, fingindo há um bom tempo...
– Não deveria. Você é tão mais interessante acordada – Poncho sorriu, inclinando a cabeça para puxar a sensível pele dos ombros de Anahi com os dentes – No que estava pensando?
– Em nós dois – ela respondeu, sabendo que as maçãs de seu rosto estavam muito provavelmente se tingindo de vermelho. O que apenas se agravou ao precisar cruzar os olhos com os de Alfonso. Ele estava concentrado nela, a expressão do rosto, outrora cansada, agora repleta de paixão.
O coração de Anahi disparou no peito. Ela mal sabia que não seria pela última vez naquela noite.
– Chegou a alguma conclusão? – perguntou, contornando os lábios da loira com o polegar.
– Não. Você saberia o que dizer sobre isso?
– Eu quero você – ele falou, sério. Anahi sentiu o coração tremer – Desejo você como nunca cheguei a desejar uma mulher nessa vida. E quero não ter que dividi-la com ninguém, Ana. Sei também que poderia dormir e acordar desta maneira todos os meus dias. Você é uma mulher maravilhosa. O que aconteceu aqui foi importante para mim, acredite. Não posso deixar que seja de outra pessoa senão minha.
Anahí ergueu-se na cama, emocionada, levando junto o cobertor para cobrir os seios. Pôs uma mão sobre o rosto de Alfonso e sorriu ternamente, transparecendo toda a paixão que sentia por ele. Estava tão contente com tudo aquilo, com aquele homem, com suas novas descobertas.
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Ruas de Outono
Fanfic[CONCLUÍDA] *** Londres, 1874 Alfonso massageou a densa cascata de cabelos dourados que caía sobre o travesseiro ao seu lado. Anahi estava adormecida há algum tempo, imersa em um sono profundo, enroscada nos alvos lençóis de seda. Enquanto isso, el...