– Anahi é feliz comigo, seu imbecil – ele grunhiu empurrando o antebraço contra a garganta de Ian. Aquilo doía demais, sufocava em um nível extremo. Ele tossiu, o rosto tingido de vermelho, o ar fugindo de seus pulmões. Um jato de sangue encheu sua garganta, sufocando-o ainda mais. Ele se sentiu fraco, zonzo, achou que perderia a consciência, mas conseguiu desferir em Alfonso uma joelhada na coxa direita, fazendo-o cair com um urro de dor.
– Tanto que sonha em assisti-lo morrer – retrucou, apanhando Herrera pelo pescoço com uma única mão – O que você fez com ela?
Alfonso resfolegou e cuspiu, fazendo o sangue respingar no rosto de Ian.
– A única coisa que posso garantir é que você nunca mais chegará nem perto de vê-la.
– O que você fez com ela? – Ian repetiu entre os dentes, furioso. De alguma maneira, no meio disso, Alfonso se desvencilhou, tomando distância apenas para conseguir medir um novo ataque. Ian também tomou tempo. Os dois ofegaram, encarando-se.
– Está em casa, tranquila e segura, me esperando acabar com você. Tente atrapalhar isso mais uma vez e eu o mato sem lhe dar a menor chance, como estou fazendo agora – Herrera disse, aproveitando para afastar o excesso de sangue em seu nariz. Tinha o colarinho da camisa encharcado, um hematoma já havia despontado no lado esquerdo de seu rosto e havia uma ou duas costelas que doíam demais. Ele não podia negar que Ian era bom. Mas não seria melhor. Tinha motivo suficiente para não deixar que Somerhalder saísse dali menos que destruído.
– Pensei que procurá-la uma vez seria o suficiente, por que quer esperar a próxima? Garanto que essa não será a última vez que me verá. Eu vou ajudá-la com o que quer que precise. Com sorte, farei com que se case comigo – provocou, preparando-se para avançar sobre Alfonso novamente, mas parou, pálido, quando o outro ergueu uma arma, apontando-a bem em seu peito.
– Repita isso se tiver coragem – Herrera desafiou, um sorriso se estendendo em seus lábios. Ian arfou, paralisado.
– Abaixe essa merda – pontuou num tom cauteloso.
Alfonso deu de ombros.
– Então me obrigue.
Ian o encarou. Herrera tinha uma expressão determinada, quase doentia. Parecia realmente capaz daquilo. E era realmente capaz daquilo. Todos naquela história haviam ido longe demais desde muito tempo. Ele mesmo, quando levou Anahi ao altar. Ela quando resolveu enganá-lo dessa maneira. E Ian quando se propôs a ajuda-la. Da forma que havia começado, teria que terminar. Faria qualquer coisa para mostrar que estava no controle. O caminho a percorrer após tudo isso era um assunto que ficaria para depois que colocasse Ian em seu devido lugar. Estava pronto para lidar com as consequências do que quer que sobrasse daquilo.
Somerhalder parecia bem ciente disso. Era bem possível que houvesse chegado ao seu limite ao resolver se meter em uma briga que não era sua. Se poderia ultrapassá-lo... Só saberia ao se testar.
– Se soubesse que esses eram os seus métodos teria providenciado uma também – ele ralhou, provocativo – Anahi estava certa quando me disse que era covarde, que não pode com alguém do seu tamanho, infeliz frustrado.
Ian calou a boca e um disparo estourou. O tiro acertou em cheio o seu pé. Ele gritou muito alto, caindo encurvado sobre um joelho, sentindo uma dor excruciante misturar todos os seus sentidos. Não podia acreditar que havia esperado que uma briga com Alfonso Herrera fosse limpa.
– Seu... Merda! – ele gemeu, tremendo de tanta dor. Pressionou o próprio ferimento por puro reflexo e uma fisgada violenta se espalhou pela sua perna inteira – Inferno!
– E isso nem é o pior – Alfonso zombou – Ainda tenho algumas. Posso acertar seu peito e acabar com sua agonia de vez, se quiser. Se preferir pode escolher o lugar. Levante-se! - gritou, deixando as veias de seu pescoço completamente saltadas - Seja pelo menos metade do homem que diz ser!
Ian realmente tentou, mas seu joelho estava travado, os músculos trépidos, devastados pela dor que sentia.
– Me mate então – ele gemeu, negando-se a vacilar – Porque vou tirá-la de você.
Era o cúmulo. Alfonso cerrou os lábios e disparou outra vez, cego de ódio. Ian caiu, inerte, com uma poça de sangue se formando e crescendo ao seu redor. Alfonso nem parou pra olhar. Simplesmente deu as costas, saindo o mais rápido que poderia dali.
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Vamos todas pegar nosso lugarzinho no camarote e assistir a disgrama do Alfonso se afundar mais e mais? VAMOS #PARTIU

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Ruas de Outono
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] *** Londres, 1874 Alfonso massageou a densa cascata de cabelos dourados que caía sobre o travesseiro ao seu lado. Anahi estava adormecida há algum tempo, imersa em um sono profundo, enroscada nos alvos lençóis de seda. Enquanto isso, el...