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O quarto estava impecável. Anahi observou os lençóis de cetim prateado esticados sobre o colchão, as velas em cada criado mudo criando um clima sensual, aroma de flores espalhado no ar. Ela já havia estado naquele quarto, mas não foi como dessa vez. O cenário a apanhara de surpresa. Era fascinante, parecia uma estratégia de sedução perfeita.
– Então? Isso é romântico o suficiente para você? – Alfonso perguntou logo atrás de Anahi, esfregando o nariz em seu pescoço. O cheiro dela era afrodisíaco, muito melhor que qualquer outro. Ele inalou profundamente, fechando os olhos, apertando as mãos na cintura delicada ao sentir o tesão dominar seu corpo.
– É romântico demais até mesmo para mim – ela gracejou, observando um vaso cheio de rosas no canto do quarto. Alfonso riu, abraçando-a ainda de costas.
– Está cansada?
– Estava – ela disse, virando-se. Os olhos azuis turvos demonstravam desejo sem mascarar nada. Alfonso percebia, pelos modos, pelo tom de voz manhoso, pelo inclinar da cabeça e o sorriso insinuante, que ela estava seduzindo-o – Quero fazer agora o que todos supõem que já estamos fazendo – sussurrou por fim.
Ele a observou melhor, atentando a intensidade dos olhos azuis. Anahi moveu as mãos entre os cabelos que brotavam da nuca de Alfonso, afagando e arrepiando-o, e então ele sorriu. Não conseguia mensurar a sua sorte! Primeiro: aquela mulher fantástica faria isso que estava fazendo - e ainda mais - todas as noites. Era aquele corpo maravilhoso que o estaria esperando em sua cama. E, para completar, também era ela quem lhe ofereceria ascensão financeira e profissional. Assim que acordassem, horas depois já estariam assinando os papéis. Do que ele poderia reclamar? Só conseguia pensar em retribuir o favor com algo bem prazeroso.
Alfonso mordeu a pele exposta do ombro da esposa, excitado, levando-a a emitir um gemido de puro deleite. Estava esquentando e cada vez era mais surpreendente. Bastava se tocarem para que a paixão explodisse.
– Que tal eu tirar o seu vestido, meu amor? – ele disse num murmúrio rouco, enroscando os dedos no tecido branco. Mas Anahi se afastou, decidida.
– Que tal eu mesma fazer isso?
Alfonso levou um segundo para absorver a pergunta, parecendo surpreso. Ela não precisou de resposta, porque já havia tomado aquela decisão. Levou uma mão para trás e alcançou o zíper que começava no meio das costas sem dificuldade, baixando-o. Depois fez o vestido deslizar por seus ombros, revelando a parte de cima de um corpete ousado (mínimo e quase transparente) que Alfonso tinha certeza: fora escolhido para enlouquecê-lo. Um sorriso malicioso gradativamente surgiu nos lábios tensos de Herrera. Humm... O período em Londres de fato lhe reservava excitantes aventuras.
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Anahi sentiu um beijo morno na base de seu pescoço enquanto mãos grandes fechavam-se em cada curva de seu corpo. Ela sorriu, sonolenta, abrindo as pernas e abrigando o corpo musculoso de Alfonso sobre o seu. Ele tinha a pele gelada e seus cabelos estavam úmidos, além de estar cheirando a uma loção almiscarada e forte, penetrante. Anahi sentia-se tão aconchegante, tão protegida e quente... Aquilo tudo só podia ser um sonho.
– Está na hora de levantar – Alfonso anunciou num tom suave.
– Ah, não... – ela murmurou, manhosa, enroscando-se no marido – Que preguiça.
– Estou vendo – ele riu, erguendo uma sobrancelha – Mas precisamos ir ao cartório. Seu banho já está pronto.
Anahi esticou os braços, espreguiçando-se lentamente. Ela se apoiou nos cotovelos e ergueu um pouco a cabeça para olhar ao redor. Alfonso estava bem arrumado, equilibrado sobre ela. Depois franziu o cenho.
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Ruas de Outono
Fanfiction[CONCLUÍDA] *** Londres, 1874 Alfonso massageou a densa cascata de cabelos dourados que caía sobre o travesseiro ao seu lado. Anahi estava adormecida há algum tempo, imersa em um sono profundo, enroscada nos alvos lençóis de seda. Enquanto isso, el...