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Anahi voltou para casa ainda antes do horário estipulado. Margareth sempre a seguia por todos os cômodos para saber como havia sido o passeio. Mas dessa vez as duas ficaram na cozinha, pois Anahi tinha algo a mostrar para a tia.
Ela pôs a caixa de veludo sobre a mesa e a girou na direção de Margareth, que estava no lado oposto, debruçada sobre seus cotovelos. Anahi mordeu os lábios, tamborilando os dedos sobre o objeto enquanto a tia aguardava com um sorriso expectante no rosto. Então ela a abriu e o anel surgiu lá dentro, todo cravejado. Eram diamantes tão brilhantes que a luz refletiu nos olhos de Margareth ao mesmo tempo em que seu sorriso se convertia numa boca aberta.
– Alfonso te presenteou com isso? – ela perguntou, praticamente hipnotizada.
– Ele me pediu em casamento – disse Anahi e depois disso sua respiração ficou suspensa na garganta.
Margareth ergueu os olhos para a sobrinha, sem reação. Levou bons segundos refletindo e depois explodiu em uma gargalhada de alegria, batendo palmas.
– Você está feliz?! Você aprova? – Anahi perguntou, assustada.
– Mas é claro que sim!
– Eu pensei que... – gaguejou – Pensei que era muito rápido, que você ficaria muito zangada com isso. Pensei que pediria que esperássemos mais. Lógico que eu aceitaria, tia Margie, só queria contar e pedir sua opinião! – ela justificou rapidamente, hesitante.
– Eu, Annie?!
– Ou John. Vocês levaram cinco meses.
– Mas o que isso tem a ver com você e Alfonso? – a tia perguntou, confusa. Anahi quase desabou no chão tamanho alívio. A maneira como se deixou influenciar pela conversa de Dulce... Fora tudo obra do seu nervosismo.
– Imaginei que precisava de mais tempo para conhecê-lo. Alfonso não nasceu em Londres, sua família não está aqui, então achei...
– Bem, isso é verdade. Mas nota-se a quilômetros o quanto ele te adora, meu amor. Além disso, cada casal tem seu tempo. John foi quem demorou demais, se você quer saber. As pessoas comentavam o tempo inteiro – de repente ela segurou o rosto de Annie entre as mãos – Que bom que se sentiram seguros agora.
– Eu não me sinto segura, Margie. Eu não sei coisa alguma sobre um casamento. Não está muito cedo? Você tem certeza?
– Absoluta, meu amor – ela afirmou – Você será a criatura mais feliz de todo o mundo!
– E se eu for uma esposa ruim? – Anahi perguntou, parecendo mais angustiada que contente – Tenho medo de que Alfonso não seja feliz comigo.
– Impossível, você vai ver. Eu vou te ajudar – a tia garantiu, emocionada – Ah, meu Deus, Anahi... Você vai se casar! E não precisou esperar mais um ano, mais uma temporada, quando teria que disputar com mais jovens pelos melhores partidos! A minha menina...
– A sua menina não sou eu, mamãe? O que aconteceu? – Judith perguntou, aproximando-se das duas. Então seus olhos caíram sobre os diamantes que Anahi acabava de tomar em suas mãos. Mais um segundo sendo observados por Judith e o seu presente explodiria em mil pedaços – De quem é isso?
– É meu – disse a loira com arrogância – Não é lindo? Alfonso quem me deu.
– Ah... Que interessante, Annie. E por quê? Ele teve algum motivo especial?
Margareth riu, batendo um cotovelo contra o braço de Anahi, estimulando-a a contar. A sobrinha abriu um sorriso largo o suficiente para deixar Judith irritada.

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Ruas de Outono
Fanfiction[CONCLUÍDA] *** Londres, 1874 Alfonso massageou a densa cascata de cabelos dourados que caía sobre o travesseiro ao seu lado. Anahi estava adormecida há algum tempo, imersa em um sono profundo, enroscada nos alvos lençóis de seda. Enquanto isso, el...