Um Alfa Assassino

32 7 5
                                    


Depois de todos aqueles sonhos bons, me peguei sonhando de novo com aquilo, após tanto tempo: o cara grande com chifres estranhos. Ele não parecia tão forte, mas era grande e peludo, com cornos em forma caracol nas laterais da cabeça, assustador, uma mistura de animal e homem que cresceu muito. Não conseguia ver seus olhos, como não pude ver no nosso encontro no mundo real e assisti uma vez mais ele e dois comparsas matando uma pessoa desconhecida no meio daquele cerrado conhecido, não muito longe da casa onde nasci. A cena congelou por um instante e de repente, ele estava a um passo de mim, olhos cor de ouro, presas salientes e rosto maligno pontiagudo.

– Não poderá fugir de mim para sempre e seus novos amigos terão um destino doloroso.

Acordei assustado e por sorte, não gritei. Estava muito escuro e alguém dividia a cama comigo, mas não pude ver quem era exatamente. Provavelmente o jovem Derek havia deitado ali depois de averiguar a segurança da casa e acabou adormecendo também. Belo guarda eu tinha, pensei e sorri sozinho. Sim, Derek era muito bonito, agradável, expressava força e firmeza com seu jeito masculino. Me lembrei do que ele me fez mais cedo, de tudo que me ensinou e sorri de novo. Sabia que ele só queria se divertir e suspirei conformado. Eu fui dele e foi bom. Aprendi a lutar, pelo menos um pouco e me sentia menos indefeso, mais confiante. Me encostei em seu corpo adormecido e percebi que ele estava de jeans e camiseta do tipo regata, com os braços expostos, barriga para cima, ressonando silenciosamente. Estar tão perto de Derek, mesmo dormindo, me acalmou e me ajudou a afastar a imagem sinistra do sonho. Tentei não pensar que sempre que eu sonhava com aquilo, os monstros estavam bem perto de me encontrar. Desejei um fim de noite tranquilo para Scott e o resto do bando onde quer que estivessem. Não sei se o alfa genuíno do bando era durão o bastante para enfrentar a coisa e se ela estaria sozinha.

Normalmente eu não teria coragem de encostar na pessoa dormindo ao meu lado, mas era Derek e ele tinha feito muito mais do que me tocar. Coloquei minha mão sobre seu peito e deixei ali. Ele não se moveu, nem tirou minha mão. Acariciei seu pescoço desnudo e seus braços fortes na regata. Desci a mão até sua barriga perfeitinha e coloquei a mão nos seus gominhos por baixo do tecido da camisa. Ele se mexeu um pouco, mas manteve a posição. Não tinha certeza se dormia e parei com a mão para não acordá-lo. Ele precisava descansar. Se as coisas ficassem ruins na manhã seguinte, seria bom que o jovem alfa de olhos azuis estivesse cem por cento para lutar. Depois de uns poucos minutos, a vontade falou mais alto e desci a mão para dentro do cós de sua calça jeans, sentindo a cueca boxer do Scott que ele usava e sorri ao imaginar, se isso era comum ou se Derek apenas pegava o que queria, como fizera com aquela peça íntima e também comigo. Acariciei seu brinquedo em repouso, agora para o lado direito e brinquei suavemente com suas bolas por cima da cueca. Apertei de leve e ele se mexeu de novo, talvez tenha sido muito forte. Parei com o mexe e remexe da mão, mas a mantive ali no quentinho. Com o rosto pouco abaixo da altura de seu ombro, adormeci sentindo o cheiro de sua axila masculina. Nenhum sonho ruim ia me alcançar ali, com aquele jovem homem lobo delicioso.

Despertei sozinho na cama e ouvi vozes no andar de baixo. O quarto estava mais arrumado, eu vestia uma calça jeans cor de creme – uma calça que era minha, mas havia se perdido na última fuga, ficando na mochila que deixei para trás – e sem camisa. A toalha não estava a vista – a pessoa que me vestiu deve tê-la levado para secar – e a porta semicerrada. Fiz a higiene matinal no banheiro do quarto do Scott e percebi que meu dom de cura havia reparado o estrago que Derek me fez na noite anterior. Sorri sozinho outra vez ao me lembrar. Abri o guarda roupas de Scott procurando uma camisa para "emprestar" no melhor estilo Derek e acabei me deparando com minha mochila guardada ali, o que facilitou muito minha vida. Eu não tinha celular e não perdi minha carteira, mas precisava das mudas de roupa extras, alguns documentos, par de sapatos e outras coisas mais pessoais que ficaram ali. Desci para o andar de baixo e o pessoal fez um silêncio constrangedor com a minha entrada. Scott conversava com Derek, Corey e Mason estavam do lado de fora da casa, mas a vista, Liam conversava com outro cara branco e fortinho, que imaginei ser Theo, parte do bando que eu ainda não havia encontrado e Melissa ajeitava a cozinha. Todo mundo parecia ter acordado agora.

Olhos MísticosOnde histórias criam vida. Descubra agora