Terra Natal

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Cinco da manhã, finalmente fomos dormir e Scott me manteve preso em seu abraço, afundados na maciez maravilhosa daquela cama. Acordei uma da tarde com ele conversando com Lydia pelo telefone e vendo que havia despertado, trouxe o aparelho para que eu visse meu sorridente bebê. Bateu uma vontade imensa de pegar ele no colo, mas a promessa era passar o dia todo com meu marido e a madrinha dele cuidaria do pequeno junto de Stiles, que parecia uma criança brincando com Elliot, sem lembrar em nada o anjo vingador que vinha representando nos últimos dias.

– Você me deixou dormir muito – falei sorridente beijando o rosto de meu alfa que desligava o celular naquele momento. – Perdemos boas horas de luz do sol.

– Você quer ir pra piscina? – Ele me perguntou devolvendo o beijo e mordendo meu lábio de leve.

– Porque ficar na piscina do hotel, Scott, se podemos ir para qualquer lugar? – Mostrei um folheto que havia imprimido com as dez melhores praias dos Estados Unidos.

– Uou, as vezes me esqueço que o mundo é seu quintal.

– Nosso quintal – falei sorrindo – não vamos muito longe, só no Havaí e na Flórida, senão não dá tempo de voltar ainda hoje.

– Você não tá com fome? – Ele me mostrou o carrinho que o hotel mandou e comemos um pouco antes de saltar.

Fizemos uma caminhada muito gostosa por Waimanalo Bay Beach Park em Oahu, no Havaí e aproveitamos uma hora de sol por lá e depois fomos à Flórida, para Barefoot Beach, Bonita Springs onde descansamos até perto do pôr do sol, retornando ao hotel quase escurecendo.

– Você é muito incrível – Scott disse sorrindo enquanto nos preparávamos para voltar – nossa lua de mel foi inesquecível.

– Com certeza, vou me lembrar pra sempre – respondi enquanto caminhávamos preguiçosamente pela areia, procurando um lugar sem ninguém para saltar de volta para casa.

Estávamos tão felizes que até doía um pouco ter de retornar e pensar nos problemas da vida.

Assim que a moto entrou na rua da casa dos McCall – agora também oficialmente minha, já que eu sou um McCall – vimos um aglomerado de pessoas rondando o lugar e tudo estava fechado. Era a imprensa em peso tentado descobrir sobre o misterioso rapaz que se casou em segredo com o herdeiro do império Or Doré. Imaginei que eles chegariam um hora ou outra, mas não que fosse tão rápido. Antes de chegarmos perto o bastante para sermos notados, pensei "fica firme e se segura" na intenção de que meu alfa ouvisse aquilo e envolvi nós dois e a moto na luz amarela, levando-nos para uma rua menos movimentada. Foi um pouco cansativo, já que estava escurecendo e eu nunca tinha tentado carregar um veículo em movimento, mesmo algo pequeno como uma moto. Pegamos ruas menos movimentadas e fomos para a casa de Lydia, onde o fbi tinha fechado o trânsito – obra de Stiles com certeza – mas furamos o bloqueio e escondemos a moto na garagem dos Martin.

– Aí cachorrão, você tá famoso – Stiles deu tapinhas nas costas do amigo que revirou os olhos enquanto eu pegava meu filhote nos braços para matar a saudade.

– Uma hora ou outra vocês vão ter que se apresentar para a mídia – Lydia disse cruzando os braços e nos observando com olhar afiado.

– Eles já me conhecem – falei tentando não sorrir do quanto meu marido estava encabulado – querem saber quem foi que roubou meu coração.

– Eu não sei se estou preparado – Scott disse sem jeito – não podemos adiar isso?

– Vamos pro Brasil amanhã cedo, vou pedir Emma para me encontrar lá, em segredo. O que acha?

– Não sei... a cidade, os magos da noite e essa criatura a solta – ele pensou alto.

– Nós temos uma banshee alfa no cargo Scott e se a entidade quisesse fazer algo já teria começado.

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