Dia de Treino

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O dojo Kirlia tem um quintal enorme, ligado ao bosque leste, sem cercas, terminando na rodovia alguns quilômetros depois, uma área sem movimento de pessoas, turistas ou animais. Fizemos um grande pique-nique ali, reunindo todos do bando: Kira e Malia, as donas do local, Maltec e Liam, o casal beta puma e lobo nervosinho, Isaac – que não estava muito feliz já que queria estar em um encontro com Chloe – Deaton, nosso veterinário, druida, professor e amigo orientador, Stiles, o agente do fbi de folga que foi junto mais para curtir, Parrish, o cão do inferno que tinha a manhã livre e sua namorada Lydia, a banshee alfa, acompanhada de uma mulher negra e alta e outra ruiva de cabelos longos soltos, um pouco mais baixa, aparentando entre vinte e vinte cinco anos cada e que eu me recordava estarem no bando de banshees quando vieram dar trabalho daquela outra vez. Tentamos contatar Corey, mas ele havia ido viajar há alguns dias, motivo pelo qual andava sumido e acabou "esquecendo" de avisar a alcateia.

Resolvemos fazer exercícios de interação entre duplas, depois grupal, já que eu estava meio tímido e ia tentar simular os poderes primeiro sozinho, ouvindo dicas de respiração e concentração que o druida me passava. Stiles, sentado não muito longe, ficou nos observando curioso e eu tentei não me intimidar. Precisava aprender a controlar aquilo, para não perder o controle e sair de novo sem rumo, me metendo onde não deveria. Demorou quase uma hora para conseguir me concentrar de verdade, ficando perdido com tantas pequenas chamas dançantes que eu sentia ali, ligadas à grande chama que as alimentava e vinha de Scott, nosso alfa.

O druida sugeriu que eu tentasse primeiro mudar a cor dos olhos, já que era mais simples e o primeiro "efeito colateral" da metamorfose. Depois de vários minutos tentando, consegui o amarelo de Isaac, mudei para o amarelo mais vivo de Liam e o verde desbotado de Maltec. Isso era relativamente simples, mas quando tentei ativar o vermelho alfa de meu noivo, doeu a cabeça, tudo girou e eu acabei levando quase mais uma hora para conseguir, ficando exausto quase pela hora do almoço.

Enquanto todos se sentavam para comer e descansar, Scott veio me dar um beijo e Deaton se afastou um pouco para comer alguma coisa. Meu alfa estava suado com um cheiro que me tirava do sério, até nisso ele era incrível, mas não pudemos namorar muito tempo em paz. Donna e Vivian vieram sorridentes até nós e se sentaram sem cerimônia, comendo da nossa comida e puxando papo.

– Então – disse a banshee negra e eu fiquei impressionado com o quanto ela é alta, me lembrando Raissa, a alfa russa – esse é o rapaz que deixa Megan toda nervosa?

– Estamos falando de você – a banshee ruiva, Vivian, apontou para mim enquanto mordia um sanduiche vegetariano – o cara da cura.

– E porque ela teria medo de você? – Scott me perguntou e eu me lembrei que não tínhamos falado sobre isso.

– Eu posso ter dito algo que a assustasse aquele dia no hospital – me fiz de inocente – ela não devia ter tocado no que não é dela – encarei as outras duas com olhar feroz.

– Não olha pra mim – disse a ruiva levantando as mãos – o alfa aqui é bonitão, mas não tem o que eu curto.

– E eu sou comprometida – se saiu bem Donna, a banshee negra.

Continuamos a conversa e elas nos contaram sobre como foram convidadas para o bando banshee, que havia sido pensado por Ângela, a mais velha e mais brava de todas, de humor ácido e que morreu no ataque dos cavaleiros algum tempo atrás. Estavam felizes com Lydia e se sentiam mais fortes perto dela, por isso se mudariam todas, passando a morar em Beacon Hills. O grito de Donna funciona como um amplificador para o lado grave, justamente o contrário de Vivian, que é extremamente agudo. Costumam usar os dois em sequência nas lutas, desprevenindo os oponentes e destruindo equipamentos de proteção, como fizeram no centro daquela vez. Apesar de serem do bando de Lydia e nossa ruiva estar ligada à Scott, eu não sentia nelas a chama de alfa que ele compartilhava com a alcateia.

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