Olhos Místicos

Antigos e Novos

Stilinski acelerava desesperado rumo ao centro de Beacon Hills e a coisa voava também muito rápido nos perseguindo, acompanhada de uma crescente nuvem de mariposas. Um pouco antes de passar em frente à delegacia, acabamos batendo em uma camionete que vinha em sentido contrário e como a rua estava repleta de outros carros, estacionados e em movimento, um engarrafamento horrível rapidamente se formou. Saltamos do veículo correndo para dentro da delegacia enquanto gritávamos para os motoristas se abrigarem. A maioria saiu das ruas entrando nas lojas e alguns até na própria delegacia para onde corríamos e eu ouvi gritos de duas pessoas que foram pegas pela pequena mariposa brilhante que a criatura usava para se alimentar e fui arrastado por Scott para dentro do prédio, sem conseguir decidir se fugia ou tentava fazer alguma coisa.

– Mas que diabos está acontecendo? – Perguntou Noah ao ver aquele tanto de gente entrando enquanto dois policiais trancavam a porta de vidro reforçado na entrada e uma nuvem de mariposas se lançava contra ela, tentando quebrar o vidro.

– Algo sobrenatural xerife – disse Scott um pouco baixo – precisamos levar essas pessoas para os fundos.

Sob o comando do pai de Stiles, as pessoas foram conduzidas mais para o interior da delegacia, enquanto eu, ele, seu filho, Scott, Liam e Parrish pensávamos no que fazer.

– Que coisa é aquela? – Jordan perguntou quando o monstrengo se assentou no chão da rua, começando a andar cercado por seus insetos na direção da porta de entrada.

– Insétimus – falei aquela estranha palavra que havia lido no pouco tempo que fitei os olhos do monstro – ele é muito antigo e estava dormindo, é tudo o que sei – completei para ver se ajudava em algo.

Scott pegou o telefone e ligou para Deaton na intenção de perguntar sobre as informações que obtive, enquanto Parrish abaixou as calças e começou a despir a farda.

– O que está fazendo, homem? – Noah perguntou confuso.

– São insetos – ele disse apontando para lá fora onde o monstro estava cada vez mais perto da porta – não podem me fazer mal.

Mesmo sob os protestos do xerife e pedidos de cuidado de todos, usando só uma cueca boxer branca colada ao corpo, Jordan Parrish abriu a porta apenas o bastante para sair e os insetos o atacaram sem piedade. Percebi que o monstrengo abriu a boca enviando sua mariposa brilhante para devorar o cérbero, mas antes disso ele se incendiou e suas chamas tostaram uma grande quantidade de mariposas que o atacavam, derrubando várias outras no processo. A pequena brilhante voou para o rapaz, mas percebi que o monstro se ressentiu da morte das outras. Parrish segurou a mariposa brilhante no ar e envolveu o punho totalmente em chamas, fazendo-a queimar na palma de sua mão e o mesmo aconteceu com o corpo da criatura. Ele ainda tentou voar para longe, mas suas asas pegaram fogo e ele caiu agonizando, se tornando um monte de carvão e cinzas em pouco tempo.

– Essa cidade está cada vez mais louca! – Reclamou o xerife enquanto tentava colocar ordem na bagunça e explicar o inexplicável.

A área foi isolada e as pessoas detidas para depoimento e nós os membros da alcateia saímos para encontrar o restante dos caçadores. Nos reunimos na sede, onde Naomi e o marido alimentavam seus filhos tranquilamente e cada vez mais caçadores chegavam das patrulhas. Me peguei pensando no centro de controle sobrenatural e na importância disso para a segurança das pessoas daquela cidade e outros lugares do mundo. A van do veterinário chegou logo depois e ele veio tentar nos ajudar a entender tudo aquilo a pedido de Scott e as informações que ele trouxe não eram nada animadoras.

De acordo com o druida, insétimus é um termo antigo, da época em que a área das Montanhas Rochosas no Nevada era povoada apenas por nativos americanos uto-astecas. As tribos enterravam seus principais guerreiros e sacerdotes com um totem representando um inseto, esperando que esses os guiassem no outro mundo. O mais terrível deles de acordo com as histórias antigas, foi enterrado com um besouro venenoso, que o levaria direto ao inferno, para que não escapasse de sua punição, dado o seu grande poder, influência e maldade com aqueles povos. Não se sabe como, recentemente o totem de besouro fora removido e roubado por alguém que pretendia usar seus poderes, que diziam serem capazes de trazer os mortos de volta, com uma sobrevida alimentada por besouros místicos. Ninguém ali se lembrava de Gerard e sua forma de besouro, mas eu sabia quem tinha conseguido o totem e como tinha sido utilizado. O problema é que, ao liberar o totem do besouro, inadvertidamente, outros totens foram despertados e as forças antigas que os revestiam se viram livres para vagar pelo mundo., na forma dos insétimus e ninguém sabia dizer quantos eram e o que pretendiam fazer. Pelo menos um deles estava eliminado graças ao nosso cão do inferno e isso nos daria algum tempo de tranquilidade.