Nos dois dias seguintes aquele que consegui retornar para casa, eu estava bem grudento, fui com Scott até para o trabalho na clínica porque não queria ficar nenhum tempo longe do meu alfa genuíno. Ele voltou a trabalhar só pela manhã, já que a loja de peças fechou, conforme meu tio cumpria o trato retirando-se dos Estados Unidos completamente. Confesso que não acreditei que ele faria isso, mas o velho era mais turrão e decidido que tudo e vê-lo partir de nossas vidas assim me deixava muito aliviado, embora não totalmente feliz, admito.
– Nessa direção, devagar! – Scott estava me ensinando a aparar os pelos e escovar um cachorrinho pequeno que havia sido levado até ali para receber tratamento especial.
– Não sei como vou explicar para os donos que seus animais estão totalmente curados em menos de vinte e quatro horas – disse Deaton se aproximando de nós com um sorriso gentil.
– Você consegue – respondeu o alfa também alegre – sempre foi o cara que consegue explicar tudo.
– Então, agora só temos um demônio à solta – disse o veterinário tirando as luvas e lavando as mãos – mas não sabemos quem ele é.
– Lydia acha que o pássaro de fogo não é real – comentou Scott – tudo que ela enxergou nas visões das outras banshees foi luz, dor, muito sofrimento e morte.
– Sofrimento e morte já são ruins o bastante – respondeu o druida – temos que descobrir quem ele é e como combatê-lo. Quando soube que haviam vários deles, acabei me assustando achando que não conseguiríamos vencer essa guerra, mas acho que com um alfa genuíno e um milagreiro – ele disse me olhando e abrindo outro sorriso – as coisas estão bem melhores.
– Os outros druidas não sabem nada sobre esse demônio? – Meu alfa inquiriu.
– Infelizmente não, inclusive a história sobre o ritual era considerada falsa até pouco tempo.
O futuro incerto e um inimigo oculto eram preocupantes, mas a maneira como ele andava silencioso era ainda pior. Poderia estar agindo em grande escala agora, já que não sabíamos do que a entidade era capaz, quais eram suas intenções e que corpo ele utilizava, se é que ele precisava de um corpo como seus predecessores. Possessão, parasitismo e mortos – pensei remoendo as informações que já tínhamos – esses eram os poderes demoníacos do homem carneiro, Titus e Jordan respectivamente. Baseado nisso talvez conseguíssemos algum padrão para identificar as habilidades sobrenaturais do quarto demônio, o que facilitaria descobrir se ele já estava agindo e o que pretendia fazer.
Na hora do almoço, Maltec e a irmã vieram conversar com o líder do nosso grupo e Scott fez questão de ficar agarrado em mim todo o tempo. Eu tentei não rir da situação, com o visitante nem um pouco sorridente como normalmente estava e Amanda alheia ao clima de rivalidade entre os dois, totalmente desnecessário, uma vez que eu nunca olharia para o irmão dela como olho para meu alfa.
– Eu não estava com eles na ocasião do ritual – contou a mulher – aconteceu há muito tempo, bem antes de nós nascermos.
– Então você também não sabe quem ele é – concluiu Scott decepcionado.
– Desculpe, não sei. Me lembro que os dois que me sequestraram, Titus e Jordan, estavam furiosos com o terceiro demônio, porque ele havia decidido agir sozinho. Procuravam um jeito de ressuscitar o sacerdote que havia realizado o ritual anos atrás e me torturaram achando que minha magia poderia resolver isso, mas não tenho esse poder.
– Nem imagino tudo pelo que você passou – falou o alfa entristecido – sinto muito.
– Eu sobrevivi – Amanda respondeu sorrindo, pela primeira vez a vi fazer isso – e graças a vocês, reencontrei meu irmão.
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Olhos Místicos
FanfictionPosto diariamente essa história nesse link, não é plágio!! https://www.spiritfanfiction.com/historia/olhos-misticos-18678243 Um jovem com dons misteriosos em fuga pela sua vida, acaba parando em Beacon Hills e sendo salvo por Scott McCall e seu band...