O Poderoso Chefão

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– Tem certeza que não está bravo? – perguntei tímido enquanto ele abria os outros presentes ao meu lado no sofá da sala.

Lydia e Melissa distribuíam as tarefas para o início das comemorações. Malia e Stiles brigavam para escolher as músicas. Corey e Mason conversavam com Theo e Liam não muito longe, Kira falava com os pais ao telefone e Derek ainda não havia chegado.

– Eu estava preocupado – Scott falou sincero, com um sorriso no rosto – com medo de que você gastasse muito sem necessidade.

– Não foi sem necessidade – interrompi agoniado.

– Eu já estava me preparando para comprar outra moto.

– Espero que você tenha gostado mesmo.

– Eu juro que gostei e acho que teria ficado bravo, mas me lembrei de algo que você me disse ontem à noite e entendo o seu lado.

– Obrigado – falei feliz apertando seu braço e beijando sua bochecha.

– Mas me consulte antes de comprar qualquer coisa mais cara no futuro, tudo bem?

– Não é como se fôssemos casados Scott! – falei brincando.

– Eu não quero mandar em você, não é isso – ele respondeu sem jeito – só não quero que se complique por minha causa, de nenhuma maneira.

– Que tal a gente esquecer o valor do presente e dar uma volta nela?

– Só se for agora! – ele disse com um sorriso já se levantando.

Subi na garupa da moto nova do meu alfa e saímos velozes pelas ruas de Beacon Hills. Eu estava muito feliz naquele momento, chegava a dar medo de não ser de verdade, meu lado pessimista assoprando coisas ruins no canto de minha mente. Afastei os pensamentos negativos e abracei forte o peitoral dele, enquanto acelerava mais. Acabamos rodando mais do que o esperado e voltamos quarenta minutos depois de sair de casa.

– Tenho que tomar mais cuidado com essa belezinha – ele comentou – não dá para perder em acidente como a antiga.

– É... – falei sem graça – tem seguro pago já.

– Gabriel! – ele não se conteve – Quanto foi que você gastou?

– Não vou dizer! Combinamos de esquecer esse assunto.

Scott revirou os olhos sem sorrir, percebi que ele estava se segurando para não falar nada. Sorriu em seguida e me deu um beijo rápido.

– Você não existe, é sério – falou sorrindo mais.

– Achei que se esqueceram da festa – disse Lydia na porta da garagem. Vem, vamos começar o karaokê.

Foi um ótimo resto de manhã e tarde. Derek e Laura vieram trazendo Cora, outra Hale jovem que eu ainda não conhecia, muito simpática como todos da família, talvez com exceção de Peter, que eu acabei descobrindo ser o pai de Malia. Deaton, Parrish e o xerife deram uma passadinha para cumprimentar o rapaz que fazia aniversário. No finalzinho da tarde, a música estava mais jovem, mais pesada e dançante, Melissa conversava na cozinha com seu namorado, que também tinha vindo à festa. Lydia e Stiles eram os únicos que ficaram bêbados, já que todo o restante tinha fator de cura, exceto o casal Corey e Mason, mas eles quase não tomaram nada alcólico. Cansado de passar vergonha tentando dançar, me sentei no colo do meu alfa e ficamos rindo dos bêbados dançantes da festa.

Um luxuoso carro preto parou na frente da casa e Scott assustou-se levantando. Lydia começou a massagear as têmporas, mas não sabíamos se era por causa do álcool ou algum pressentimento repentino. Escoltado por dois homens gigantes e carecas, um negro e outro branco, tão musculosos e altos que pareciam gigantes, um senhor bem apessoado desceu do veículo, de óculos escuros, cabelo e barba grisalhos, aparentando seus cinquenta anos, sorriso largo sem mostrar os dentes, em um terno caríssimo. Ele tirou os óculos e olhou tudo em volta, Melissa e Chris foram os primeiros a sair para o lado de fora da casa e ver o sujeito que chegava, seguidos por Scott, Derek e Cora, eu e o restante ficamos dentro da casa.

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