Capitulo 82. Nunca tem descanso.

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Pov. Rayfe

"Aquela voz fez meu coração pular para fora, vi nos olhos de Bryan o pânico, papai tocou meus ombros e eu me virei com um sorriso amarelo"

-Eu não pude acreditar quando te vi passando pela sorveteria, Luciana ainda argumentou que não era você, mas eu te conheço de longe.

-Desculpa – Encaro meus sapatos.

-Desculpa? Eu não desculpo não! – Papai falou firme e autoritário fazendo todo meu sangue repuxar pelas minhas bochechas e elas corarem, engoli a seco. – Para casa, acho que a conversa que tivemos não resolveu de nada.

-Desculpa.

-Rayfe já chega desses pedidos falsos de desculpa, sua cara nem treme, sabe que o que fez é errado e nem se incomoda com isso, apenas fica envergonhado por eu estar brigando com você no meio da rua e não pelo fato de ter me desobedecido, aposto que se eu não tivesse visto você agiria como se nada tivesse acontecido, estou errado?

-Não Senhor.

-Ah ainda por cima é audacioso.

-Mas o Senhor vive dizendo que eu tenho que ser sincero. – Falo com desdém e sei que este ato irritou profundamente meu pai, percebi pela sua postura, afinal ele evitou me olhar e se voltou para Bryan.

-E você?

-Eu?

-Não, eu. – Seguro meu riso quando percebo Bryan ficando pequenininho próximo ao papai.

-Desculpa eu não entendi Dom Raul.

-Não deveria estar na escola de cadetes? – Aii meu coração, Bryan com certeza não tem uma desculpa boa para esta pergunta de papai.

-Sim, deveria, mas..eu estou doente.

-Ora é mesmo? – Papai cruza os braços sobre o peito e Bryan fita o chão – Esta doente e se curando em uma pista de skate? Fumando? Por Deus Bryan espero que não seja o que estou pensando.

-Eu posso explicar Dom Raul, eu só.

-Quer ganhar tempo para mentir ainda mais para mim garoto, nós tínhamos um combinado.

-Sinto muito – Bryan suspira encarando meu pai, não teria como fugir dele mesmo. – Eu fui expulso da escola de cadetes.

-Você foi o que?

-Podemos conversar em outro lugar? Por favor – Bryan suplica e papai olha a pequena movimentação de pessoas nos olhando, sim, ele detestava brigar com a gente em público então ele concordou com Bryan e partimos para casa.

-Na minha frente os dois, sem desviar o caminho – Papai despenteia os cabelos e resmunga mais para si mesmo do que para nós – E eu só queria um dia normal.  

. . .

-Eita o que rolou? – Hana corre em minha direção e na de Bryan avistando papai entrar logo atrás com Luciana.

-Não é da sua conta mocinha – Papai passa entre a mesma que o olha chocada, ele aponta para dentro da sala e nos chama – Os  dois, entrem!!

"Tentamos se espremer no pequeno espaço entre a parede e meu pai que estava bem na porta, Bryan conseguiu passar voando protegendo seu bumbum, já eu não tive muita sorte, só percebi que fechei meus olhos quando o tapa acertou minha bunda, voltando a me lembrar da surra de mais cedo PLAFT, seguro o grito e meus olhos começam a brotar lagrimas. Bryan estava estático encostado no sofá, papai fechou a cara e se sentou no braço da poltrona"

Toy Soldiers (Soldados de brinquedo) Onde histórias criam vida. Descubra agora