Capitulo 24. Só quero atenção - Parte Final.

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Pov. Rayfe

-Coloquem as mãos sobre o capô – Um dos policiais grita e prontamente obedecemos, olhei para o Thiago e percebi que ele estava um pouco nervoso – Seus nomes?

-Thiago senhor.

-Thiago do que? – O policial passa por meu irmão e chuta devagar a perna dele para que ela abra – Mãos na cabeça.

-Thiago Bragança senhor, Aiiiu .

-E você? – o outro policial pergunta batendo na minha coxa para que eu abra a perna – mãos na cabeça.

-Sim senhor, me chamo Rayfe Bragança. – Respondo e observo os dois policiais nos revistando enquanto meu irmão me olha assustado.

-Deixa eu adivinhar, filhos de Dom Raul Bragança? Menores de idade? Pegando o carro do papai escondido para irem a uma festa? Detalhe, sem habilitação. A pergunta é, quem estava dirigindo?

-Me desculpe senhor, fomos irresponsáveis e..

-Eu, eu fui irresponsável, quem estava dirigindo era eu e meu irmão veio comigo para tentar me fazer voltar pra casa, sei que o que fiz foi errado, coloquei a minha vida e de outras pessoas em perigo, sinto muito, mas meu irmão só quis ajudar, eu que sou difícil de lidar. – Falo interrompendo Thiago que apenas me olha sem entender.

-Então não preciso pontuar as gravidades né? Documento do veiculo, por favor?

-É, vou ver aqui, só um minuto – Thiago começou a procurar na porta luvas e nada, ele parecia preocupado e se voltou à atenção aos policiais – Bem, pegamos o carro escondido então não sabemos onde esta o documento.

-Qual o numero do pai de vocês?

-Precisa disso mesmo? Não podemos resolver de outra forma? – Pergunto aflito.

-Não, crianças mimadas precisam de lição- enquanto um dos policiais falavam o outro andava a nossa volta - Acham que podem tudo só porque são ricos, mas a gente avisa, não podem! Quero falar com seu pai agora!! Isso será incrível.

-É 12 433... – Thiago passou o numero aos policiais que ligaram para meu pai que estava alterado querendo acabar com a gente, mas até que foi menos assustador quanto as cenas da minha cabeça.

-Os dois, Até o pai de vocês chegarem de joelhos ai e mão na cabeça.

-Mas não somos criminosos, isso é realmente necessário? – Falo preocupado encarando os policiais, estávamos em uma estrada sem nada, de um lado mato do outro pasto, com dois caras estranhos, é eles eram policiais, mas não poderiam abusar da autoridade?

-Isso é uma ordem, podem não ser bons seguindo as ordens de seu pai o que é uma piada sendo ele quem é, mas com a gente não tem essa, ou obedece ou dançam, ANDEM LOGO. – o policial revira os olhos e imediatamente me abaixo para fazer o que mandaram, fico de joelhos sendo incomodado por algumas pedrinhas, mas não ouso me mexer e coloco a mão sobre a cabeça, nunca quis que meu pai chegasse tão rápido.

-Ai ta doendo – Reclamo baixo para meu irmão que sorri travesso – Não tem graça.

-Bem feito pra nós né? – Thiago debocha e eu o olho irritado.

-Se o pai demorar uma hora pra vir vamos ficar assim?

-Acho que sim né? Quer ficar quieto? – Thiago cochicha de volta.

-Não sei como você consegue ta doendo muito – Resmungo e Thiago revira os olhos – Me desculpa se não sou tão tolerante a dor quanto você.

-Ta doendo em mim também, mas você quer que eu faça o que?

-Faça com que o papai chegue logo – Fito o chão cansado – Nem sou criminoso.

-Gosto de garotos mimados como vocês, só assim aprendem a obedecerem né? – o policial chega próximo a mim – pegar o carro sem permissão de alguém se chama?

-Roubo, mas eu não roubei!!! Eu só.. só.. ah uma coisa não tem nada haver com a outra senhor policial. – Falo me contorcendo de dor, isso era tortura.

-Imagino que para você não. Jovens precisam de limites, por causa de alguns jovens como vocês que pegam o carro dos pais escondidos, vão a festas sem permissão, ingerem bebidas alcoólicas e drogas ilícitas e acabam tirando a própria vida ou a vida de outrem em acidentes que poderiam ter sido evitados se não fossem tão imprudentes, achando que são imortais. – o policial se abaixa ficando na mesma altura nossa e continua o sermão - Sabem quantos pais eu vi morrerem ao perder um filho para acidentes tão negligentes? Quando se perde um filho, é um pai que se perde, uma mãe, irmãos, avós, a família perde, mas crianças como vocês só sabem isso quando sentem na pele.

-Sentimos muito, garanto que Aiiii não vai mais se repetir Aiiii – Thiago diz meio desconfortável, e continuamos na mesma posição irritante até avistarmos nosso pai estacionando o carro, meu coração estava na minha garganta quase que pulando pra fora do meu corpo, em batimentos bem acelerados.

-O que esta acontecendo aqui Senhor Robinson? – meu pai para ao lado do policial que ri debochado.

-Uma abordagem clássica Senhor Marechal. Aprendi com o melhor.

-Lembre-se Robinson, eles são meus filhos e não criminosos. – Papai alterava um pouco a voz tentando manter sua postura.

-Sinto muito, mas nesta área quem é a autoridade sou eu, do mesmo modo que te respeitei quando me abordou e eu também não era nenhum criminoso.

-Você sempre foi meu recruta mais rebelde – meu pai ri sarcástico e passa as mãos sobre o rosto.

-Seus filhos também. Ainda acha que fiz errado? – o policial pergunta ao meu pai que permanece imóvel, ora olhando para nós, ora para o policial,  fui surpreendido quando meu pai negou com a cabeça concordando com ele. – Que bom.

-Vejo que o aluno superou o mestre. – Papai nos olha decepcionados, quando íamos levantar – Fiquem, eu já venho liberar vocês.

-Isso é serio? Aiii que dor – Resmungo e Thiago da um leve sorriso. – Isso é tortura.

-Melhor o joelho do que a bunda.

Toy Soldiers (Soldados de brinquedo) Onde histórias criam vida. Descubra agora