22 - Guarda roupa

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Sasuke

Meu sorriso some e olho para ele que me encara do mesmo jeito. Kiba ri e nos guia pro quarto abrindo o guarda roupa apertado.

— Boa sorte com a dor nos músculos depois - ele diz e bufo.

Entramos e ele tranca a portinha.

— Qualquer coisa chama a gente, não morram - ele ri mais uma vez e ouço ele voltando para sala.

Ficamos em silêncio um tempo, acho que quase se passam 10 minutos, encosto minha cabeça na madeira e tento ajeitar meu pé. Como é apertado a gente teve que se virar pra ficar sentados do jeito menos desconfortável possível, ele está na minha frente na direção oposta a minha entre as minhas pernas.

Não consigo enxergar nada além de um mísero filete de luz vindo da fenda entre as portas do armário. Algumas estão encostando na minha cabeça e Naruto não para de se mexer a cada minuto, isso ta me irritando.

— Dá pra parar quieto?

Ele para e não diz nada por alguns longos segundos.

— Quanto tempo já passou? - ele pergunta de repente.

— Não sei, eles vão abrir quando acabar.

Mais silêncio e ele volta a se mexer.

— Naruto pelo amor de Deus sossega, não ta vendo que não tem espaço!?

Ele para mais uma vez e então ouço uma fungada. Arqueio a sobrancelha e amaldiçoou esse maldito guarda roupa que não me deixa enxergar o rosto dele, minha curiosidade está inquieta querendo saber qual é sua expressão no momento.

— Você tá bem? - pergunto estranhando o fato de ele estar mais quieto que o normal.

— E você se importa?

Grosso.

— Tsc - estalo a língua bufando irritado.

Então ele respira fundo e diz por fim.

— Não gosto do escuro.

— Ta com medinho é? - dou risada brincando com ele, mas não ouço nem um respirar de raiva vindo dele, nada.

Ele se mexe novamente.

— Não tenho medo do escuro, o que me assusta é o que tem nele.

— Hm - dou de ombros - tem eu.

— Isso não é nem um pouco reconfortante, Sasuke - ele diz com um tom sarcástico e me sinto levemente ofendido.

— Você não ta com seu celular? liga aí.

— É... esqueci o meu em casa.

— Meu deus como é burro, eu to com o meu, mas não consigo pegar já que meus braços estão literalmente entalados aqui nessa merda, então você precisa pegar se quiser.

— Puta que pariu - ele murmura e inspira - ok, onde ta?

— no meu bolso de trás.

Ele se mexe de novo agora lentamente mudando de posição. Não consigo ber o que ele está fazendo, mas posso sentir. Uma mão no meu joelho, pernas se dobrando pra trás, ele está sentado em cima de suas pernas.

— Espera.

— O que foi? - pergunto.

— Não sei onde to colocando a mão, não quero pegar onde não devia.

Rio alto.

— Ta vai com calma, não é tão difícil imagina na onde você ta encostando.

— Pra você é fácil falar... - ele é o tipo de pessoa que confundiria uma perna com um braço isso é fato.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora