33 - Ali no beco

1.2K 160 236
                                    

Naruto

Nos jogamos buraco depois de comer, ao fundo tocava "Desça daí seu corno" e a essa altura a maioria estava bebendo cerveja. Sasuke estava mais introspectivo no início mas agora se soltou bem, até experimentou um gole da minha cerveja e disse que é horrível, mas agora pegou uma também.

— SE CURVEM A MIM SEUS MERDINHAS — Sakura bate a última carta na mesa com um sorriso de orelha a orelha, ela pode ser bem competitiva as vezes...

— Ah não fala sério! — bufo soltando as minhas com raiva.

— Isso é muito injusto — Hinata ri juntando as cartas.

— Não posso fazer nada, uma pena que eu seja muito boa — Sakura se gaba radiante, já deve ser a sétima partida que ela ganha.

— Você podia me deixar ganhar as vezes, que amor é esse!? — Ino diz — super tóxico juro.

— Jogo é jogo, relacionamentos a parte — Sakura diz rindo e dando um selinho na Ino — me recuso a perder pra você.

— Vaca — a loira revira os olhos sorrindo apaixonada.

Fomos desistindo de jogar e voltamos a conversar, Lee e Kiba começaram a dançar agarradinhos de forma ridícula "ainda ontem chorei de saudade" Hinata assistiu rindo o tempo todo e jogando elogios aos dois. Shikamaru estava fumando no canto, Choji comendo (ele não parou desde que chegamos), Sakura e Ino estavam mais afastadas, sentadas juntas, as pernas de Sakura sobre as da namorada e parecendo estar numa conversa bem íntima e engraçada já que as duas não paravam de sorrir.

No fim sobramos apenas eu e Sasuke. Viro para o lado e acabo tomando um puta susto encontrando o Shino, a quanto tempo ele estava ali?

Percebo agora que esqueci totalmente da existência dele. Pela milésima vez.

— Shino?

Ele não responde, apenas bebe um gole de sua fanta e se levanta.

Franzo o cenho estranhando a situação, mas é o Shino, não discuto. Me viro então para Sasuke.

— E aí, o que acha de uma dança? sou ótimo no forró — digo imitando a mão de arrocha.

— Nem vem — ele diz sem tirar os olhos do copo quase vazio balançando em sua mão.

— Deixa de ser chato, vamo lá — me aproximo encostando minha cabeça em seu braço.

— Não — ele afasta o braço.

Fico boquiaberto com sua reação.

— Tá bravo comigo?

Ele não responde. Bufo tendo a certeza de que sim.

— Vamos lá — apoio um dos braços na mesa segurando minha cabeça de lado com a mão e o fitando — o que eu fiz?

Ele nem se mexe.

— Foi por que te trouxe aqui?

Nada.

— Por que te chamei pra dançar e você odeia forró?

Nada.

— Por que ganhei de você no buraco?

Nada.

— Ta de tpm?

Dessa vez ele me encara, mas como se dissesse "jura?". Não seguro a risada.

— Certo... — desvio o olhar pensando um pouco, ele está estranho desde cedo por conta do lance do pai, mas sei que não é isso porque comigo ele ainda estava na mesma e eu não tenho nada a ver.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora