42 - Dilema

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Sasuke

Acho estranho o desenho mas resolvo pensar sobre isso depois.

— Esse lugar era do meu avô e do irmão dele, faz sentido já que o quarto em que estavamos dormindo era do meu tio.

— E daí? você tem uns trezentos tios.

— Sim, mas esse morreu ainda novo, era o único irmão do meu avô e eu nem cheguei a conhecer.

— Caramba — ele diz baixo — você sabe o que aconteceu?

— Ninguém sabe eu acho — dou de ombros — é aquele tipo de coisa que ninguém perguntou ou sei lá, tem uma resposta tão simples que não é importante.

— Imagino que o Madara tenha ficado arrasado, pelo visto eles eram bem próximos.

— Sim... — digo totalmente concentrado no "cara mau" do desenho, quem será que é?

Deixo o desenho de lado, então outro chama minha atenção, era meu avô de mãos dadas com uma menina de cabelo castanho e longo. Leio o nome, "Hashi" pelo visto era um garoto na verdade. Arqueio uma sobrancelha, meu vô tinha amigos? isso é possível? deve ter sido amigo invisível porque eu duvido muito que alguém aguentava aquele rabugento.

Esqueço os desenhos e me separo do Naruto para procurar algo de importante do outro lado da sala. Abro todas as gavetas e portinhas, não encontro nada de especial além de giz de cera, mais brinquedos e coisas do tipo.

Até que esbarro em um quadro, estranhamente sem poeira alguma diferente de tudo que tem nessa sala, então acredito que tenha sido colocado a pouco tempo. Ele não é nada demais, apenas uma paisagem simples, observo enquanto ajeito o que fiz.

Nesse momento me bate a curiosidade, porque diabos colocar um quadro desses aqui do nada? O retiro da parede e nesse momento um papel cai no chão, direto ao meu pé. Coloco o quadro no lugar e me abaixo para pegar.

— Onw eles deviam se amar muito, olha que fofos nessas fotos — escuto Naruto dizer.

Abro o papel e começo a ler o que estava escrito, em poucas linhas percebo se tratar do testamento, nem acredito que finalmente o achei! Depois de tanto tempo procurando e tava aqui o tempo todo, caramba que alívio achar a tempo.

— Naruto, você não vai acreditar.

Arregalo os olhos lendo todas as propriedades e bens descritos ali e no momento em que eu ia contar para o Naruto o que eu achei, algo me chama muito mais atenção, meu coração falha tamanha surpresa com isso.

Engulo em seco e fecho o manuscrito.

Toda a herança estava destinada a apenas uma pessoa.

Eu.

— O que foi? — ele diz e ouço seus passos se aproximarem.

— N-nada — fecho o papel rapidamente e me levanto do chão — acho que me confundi, esquece.

Ele para de andar e não me contradiz. Escondo o papel nas minhas mãos e me viro em sua direção. Não sei porque não conto para ele, me sinto culpado mesmo não tendo feito nada, não sei o que eu faço.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora