5 - Disputa

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Sasuke

Não faço ideia do que está acontecendo e porque esse esquisito literalmente invadiu minha casa e me arrastou para fora. To tão em choque ainda que fico em silêncio tentando distinguir se eu to sonhando ou isso realmente aconteceu.

— Galera, trouxe o boi pro abate.

— Que? - olho para ele confuso e para as pessoas em volta, o que esse maluco pensa que tá fazendo?

— Ah então esse é nosso novo morador - o garoto com caninos maiores do que o normal sorri para mim como se fosse pular em mim a qualquer momento.

— Olha aqui, eu não sei quem são vocês e nem queria estar aqui, se puderem manter distância de mim e não me dirigir a palavra eu agradeceria - me viro pra sair quando lembro que aquele infeliz ainda ta segurando meu pulso e me puxa de volta.

— Fica quietinho, a gente nem começou - ele diz baixinho me encarando, ele ta tentando me deixar com medo?

— Vocês são bem estranhos - digo.

— Te chamei aqui para um combate, mano a mano, porradaria, pancadão, acerto de contas ou como você preferir chamar.

Ele ta querendo... Me bater?

— Só porque eu mandei você enfiar as desculpas no rabo? Tinha que ser a ralé mesmo pra querer resolver as coisas na violênc...

— A gente vai jogar uno - ele me interrompe e só aí entende o que eu disse - espera aí, você chamou a gente de que?

— Quer que eu soletre? Ra-lé - dou um sorriso leve.

— OLHA AQUI QUE EU TE QUEBRO VAGABUNDO - repuxo a cabeça para trás quando ele tentar me bater, mas felizmente um do bando dele o segura. Solto um risinho enquanto ele se debate como um animal selvagem.

— Você não tem coragem - digo com as mãos no bolso.

— AGORA QUE EU TE PEGO MOLEQUE ME SOLTA! - ele tenta por mais um tempo até que se cansa e fica como um bêbado largado nos braços daquele que o segurava.

— Cansou bebê? - sorrio mais só pra provocar, isso ta mais divertido do que eu esperava.

— ARG! EU TE ODEIO - ele empurra as mãos de quem o prendia e quando finalmente é solto está mais calmo.

Ele bate a poeira da roupa e me dá uma encarada com ódio na alma, mas não faz nada. Que dramático hein.

— Parecem crianças - uma menina de cabelo rosa resmunga.

— Voltando ao que eu dizia... - o loiro limpa a garganta como se fosse alguém importante - vamos jogar Uno, só eu e você.

— E eu lá tenho tempo pra ficar brincando com você? O que eu ganho com isso?

Ele para pra pensar um pouco, acho que ele estava tão concentrado em planejar meu sequestro que esqueceu dessa parte.

— Quem ganhar tem direito de mandar o perdedor fazer alguma coisa.

— Qualquer coisa? - arqueio a sobrancelha interessado.

— Qualquer coisa.

— Ótimo.

— Mas tem um porém - tava simples demais para ser verdade - durante o jogo a cada carta lançada a gente tem direito a fazer uma pergunta para o outro.

— Qual objetivo com isso? - questiono.

— Acha que eu ia te dizer antes de conseguir o que quero? - ele sorri como quem vai aprontar alguma.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora