13 - Lírio

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Sasuke

Termino de arrumar o que tirei do lugar na biblioteca, assim que eu conseguir um tempo livre vou ler algumas coisas.

— Ta aprendendo bastante? — Naruto entra de repente.

— Oh se estou — respondo em tom sarcástico — viu, conseguiu o que te pedi?

— Tudo aí — ele atira um caderninho na mesa central, caminho até lá e o abro.

Analiso por cima as páginas e vejo alguns rabiscos e setas, até que ele foi melhor do que eu esperava, temos informações valiosas aqui.

— Inclusive, você não acredita — ele se aproxima — nem te conto.

— Fala — continuo focado nas anotações.

— O Gaara, aquele cara esquiza que foi na favela querer roubar meu lugar, trabalha aqui — ele diz.

Desvio o olhar para ele.

— Que aleatório, mas se bem que esse mundo é pequeno — digo.

— Eu acho é que aí tem coisa, fica esperto.

— Não vamos nos preocupar com o que não é necessário — devolvo o caderno — vem, vamos sair daqui, cansei.

— Sair pra onde, guri?

— Só vem — agarro seu pulso e o guio para fora da biblioteca junto comigo.

Passei tantas horas ali que estava ficando maluco já.

Descemos as escadas e segui para o quintal, não queria esbarrar com meu avô por aí, quero um tempinho de paz e só tenho isso com o Naruto por mais irônico que isso seja.

— Agora sim — murmuro o soltando e caminhando ao seu lado sem rumo.

— Até o quintal parece um parque, na moral — Naruto comenta observando os arredores.

— Quer ver uma coisa ainda mais legal? — coloco as mãos atrás das costas o olhando.

— Não me diga que o Michel Teló ta aqui e vai fazer um show particular...

— Claro que não imbecil — rio porque sei que ele estava falando sério.

— Ah então não quero.

— Deixa de ser tonto — dou um empurrãozinho nele e sigo na frente pela estradinha de pedras até uma parede de arbusto.

Passo pela abertura, revelando um jardim bonito, grande, com uma fonte no meio e cheio de flores coloridas. Pelo menos aqui ele deixava eu entrar, mas na última que vim eu cai na fonte e me xingaram.

— Cacete...

Nunca o vi tão impressionado, tive a mesma reação quando vi esse lugar pela primeira vez. Esse lugar não combina com meu vô.

— Seu vô é um safado, podre de rico — ele passa pela fonte molhando as pontas dos dedos.

— Percebeu agora só? — concordo plenamente, chega a ser irritante.

Seguimos então para o balaústre branco em uma das extremidades do jardim, a única visível desse ponto. Apoio os cotovelos ali e fico observando o movimento a fora.

Naruto se apoia ao meu lado, mas de costas, virado para o jardim.

— Ei, sabe o que eu queria falar a sós com você naquele dia do churrasco? — ele diz de repente.

Nem lembrava disso.

— Eu e os moleques vamos começar um esquema — ele diz animado — para comandar qualquer coisa primeiro é preciso fazer as pessoas verem vantagem em te ter no topo da hierarquia, certo?

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora