20 - Suspeito

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Naruto

Em meio a nossa breve diversão a dois, vejo Sasuke de repente se assustando com algo, olho na direção de sua visão e mesmo assim continuo confuso.

— O diamante... puta merda o diamante! — ele diz em pânico aproximando a cadeira da mesa.

— Cacete... — minha voz só me permite falar isso, a culpa é minha e agora estou imóvel.

Eu tinha esquecido desse negócio, minha nossa eu sou um ser humano terrível.

Coloco a mão sobre a boca em choque, será que se eu sair de mansinho agora ele percebe?

— Ah não... — ele resmunga tentando mudar as imagens da câmera e todos os ângulos mostram que já era, ele perdeu a pedra.

— Pensa que pelo menos não foi um assalto de verdade — digo receoso coçando a nuca, estou tentando ajudar.

— Meu vô vai me matar — ele enfia o rosto entre os braços jogados na mesa, lamentando em tom de derrota.

— Desculpa, desculpa, desculpa — digo em desespero começando a andar de um lado para o outro enquanto falo sem parar  — eu te distrai, eu não devia ter feito isso, era uma coisa importante pra você e agora já era, escafedeu, sumiu, evaporou, e a gente não viu nada, quer dizer, você principalmente, ai que merda eu sou um cabeçudo desculp-

— Relaxa — ele me corta, com a voz abafada pela blusa, ao menos aparenta estar mais tranquilo do que eu — meu vô já pensa que eu não consigo fazer nada direito mesmo, o que é um peido pra quem ta cagado.

— Ah para você só teve dois trabalhos até agora.

— E EU NÃO CONSEGUI NENHUM — ele resmunga alto e melancólico.

Estalo a língua e dou tapinhas de consolo nas costas dele.

— Dorme que amanhã é outro dia, depois você resolve isso.

Ele não diz nada.

— Eu... vou falar que acabei tropeçando e desligando as telas sem querer, ou algo assim, eu invento uma desculpa.

Ele fica um tempo em silêncio, eu me sentiria mal de deixar ele sozinho nessa e o Madara nem se importa comigo, então só pensaria que eu sou um burro atrapalhado e fim da história.

— Não precisa ser dramático, ta tudo bem — ele diz levantando a cabeça finalmente, olhando pro tempo.

Vejo que os olhos dele estava um pouco vermelhos, já percebi a muito tempo que lidar com a frustração consigo mesmo é algo difícil pra ele.

— Olha quem fala — sorrio — geralmente não se espera que a pessoa chore depois de um boquete.

Ele acaba soltando uma risada genuína, seu semblante muda num instante, talvez esse seja meu poder. Falar a primeira abobrinha que vem na minha cabeça e fazer o Sasuke sorrir quando tá triste.

— Vai se foder — ele diz.

— Vem junto — perco a dignidade, mas não perco o flerte.

— Tá tá, chega já entendi — ele diz balançando as mãos no ar, se rendendo ao me charme e deixando os problemas de lado.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora