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Sasuke

Já está tarde da noite, meu irmão e meu pai já voltaram para casa. Somente Itachi conseguiu um emprego de meio período por ainda estar como estudante, mas já é algo.

Por mais insuportável que aquela velha do ônibus fosse eu refleti sobre o que ela me disse, será que eu devia arrumar trabalho também? é... não.

Pego um pote de pipoca e sento no sofá da sala com a minha família. Em casa tínhamos uma televisão em cada quarto então raramente víamos a cara um dos outros, mas agora estamos mais unidos do que nunca. Nos reunimos para assistir novela da globo já que essa televisão velha não pega Netflix, estou nos piores momentos da minha vida não sei se vou sobreviver muito tempo.

Naruto deve estar na casa dele, mas não quero pensar nesse bocó agora, já passei tempo demais com ele hoje, preciso de férias. Lek chato da porra.

— Aah mentira! - diz minha mãe em choque.

— Ele traiu ela!? - faço a mesma expressão - que desgraçado...

— Ela mereceu, é uma cobra - meu pai está com a mesma cara emburrada de sempre, assistindo de braços cruzados.

— Sabia - Itachi ri alto - como isso é divertido, porque nunca vimos antes?

— Cala a boca Itachi, quero ver o que ele tem a dizer - me concentro.

"Eu sou o pai dela"

— QUE!? - eu e minha mãe gritamos juntos de boca aberta.

— Mentira, a moça é bonita e você parece um urubu - meu pai pensa alto.

— Eu sabia.

— Cala a boca Itachi.

"você nunca me amou!"

— UUH... - ela deu um tapão na cara dele, isso é ruim pra caramba mas inexplicávelmente é muito bom ao mesmo tempo.

Passamos um tempão assim, comentando, xingando e rindo juntos na frente da tv como se não houvesse amanhã. Há quanto tempo eu não via toda minha família assim, rindo juntos sem brigas ou caras sérias?

Sorrio os olhando, a última vez que eu me diverti tanto assim com eles foi quando eu era criança, antes de ter meu próprio quarto e preferir ele ao invés dos meus pais. Mas não era minha culpa, eles eram um pé no saco. Não sei o que aconteceu aqui, essa mudança repentina, mas eu me sinto tão feliz que não vou reclamar.

Os comerciais começam e meus pais vão dormir por já ser tarde, então aproveito para falar com meu irmão.

— Itachi.

— Hum? - ele vira a cabeça na minha direção, sentado no chão.

— Fiquei sabendo que arrumou um emprego, na onde é?

— Ah é por aqui na comunidade mesmo.

— Hm... mas o que você faz?

— Você não acha que ta tarde demais para fazer perguntas? - ele boceja se levantando.

— Que exagero, eu nem to com sono.

— Anda vai dormir que amanhã é um novo dia.

— Mas Ita... - ele me interrompe.

— Você não quer que eu te leve a força quer? - ele sorri de um jeito maléfico.

Porque ele está tentando desviar do assunto?

— Nem pense, sai daqui - me encolho.

— Vou contar até 3 - ele agarra meus pés, filho da mãe.

Rio sentindo cócegas e começo a chutar ele.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora