16 - Saudade

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Sasuke

Depois daquele acontecimento a gente ficou três dias seguidos sem se ver, ficamos tanto tempo juntos que não nos suportavamos mais.

Tudo bem que não tivemos só momentos ruins, as vezes até achei que podia parar de odia-lo, mas foi só um surto ele continua sendo desprezível.

Franzo a testa olhando para o teto. A vida é muito silenciosa longe dele, é até estranho agora. Eu podia ir atormenta-lo... não, péssima ideia.

Esse dias foram até que interessantes, eu fiquei em casa, comi, vi programas e dormi. A vida que eu queria... né?

Me coço, ai que vontade de sair só pra xingar ele e dar uma bela bicuda naquela canela.

Respiro fundo me levantando, talvez eu deva ir mesmo, só pra não perder o costume. Ok preciso de um motivo, uma vingança... pensa Sasuke, o que ele te fez?

Nada.

Nada vem em mente, além dos mesmos problemas de sempre.

Então antes que pudesse voltar para a cama ouço minha mãe abrir a porta toda desastrada e desesperada.

- Mãe você tá bem? - levanto a sobrancelha indo até ela.

- CHEGOU! A CARTA CHEGOU! - ela balança um papel na minha frente com o selo da minha escola.

Arregalo meus olhos e pego o papel surtando por dentro.

- Você já abriu? eu gui aprovado? - a olho com esperança e medo.

- Não, acabou de chegar, quero que você veja - ela sorri como se já soubesse que é algo bom.

Ando de um lado para o outro sem conseguir abrir, meu coração acelera ao máximo e meu nervosismo e paranoia me impedem de abrir.

— Ok - paro e finalmente abro a carta começando a ler por cima bem rapidamente.

Abaixo a carta lentamente com uma expressão cabisbaixa sentindo a garganta fechar tornando difícil engolir a saliva.

— O que foi!? - minha mãe me olha preocupada e dou um sorrisinho triste e meio sem graça.

— Não passei... eu não passei mãe.

Ao dizer essas palavras minha ficha realmente caí e me sinto um merda, é como ver meu mundo desmoronar diante dos meus olhos pouco a pouco. Agora sim não me resta nada, nada para me segurar da minha antiga vida e nada a que me alegrar.

— Filho... ta tudo bem, olha a gente vai dar um jeito ta bom? - ela faz um breve carinho na minha bochecha.

Nego com a cabeça, preciso descontar munha raiva e só há uma pessoa que consegue fazer isso. Agora eu tenho um motivo pra ir. Eu devia tomar cuidado com o que desejo.

— Vou ficar bem mãe - aperto de leve o ombro dela e então saio do quarto com a carta nas mãos.

Quando já estou lá fora aproveito que está de noite e deixo o choro correr livre, sem fazer som algum, sem fazer expressão alguma.

Rasgo aquele papel e o jogo na caçamba mais próxima. continuo andando até a casa de Naruto, respiro fundo limpando rapidamente as lágrimas e bato na porta.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora