Epílogo

2.9K 410 738
                                    

Naruto

Ontem o dia foi bem conturbado, nem dei o que pensar, muita coisa aconteceu e muito rápido. Me sinto em transe sem saber o que fazer, imagino como Sasuke deva estar, talvez sentindo o mesmo que eu mas um milhão de vezes pior.

Hoje quando saí de casa para ficar sentado na calçada, o vi começando a fazer a mudança junto com sua mãe e seu irmão, nunca vi aquela casa tão silenciosa. Quero ir até lá ajudar, mas não sei se é um bom momento.

Passei a noite pensando em como seria triste daqui para frente sem o Sasuke junto comigo vinte quatro horas por dia, nunca passou pela minha cabeça que alguém tão insuportável me faria tanta falta e ele nem foi embora ainda.

Decido ir ajudar, não consigo controlar meu jeito. Fora que se esses vão ser os últimos minutos dele aqui, eu quero aproveitar. Me levanto e bato na porta dele, sou atendido pela dona Mikoto.

— Oi — dou um sorriso acolhedor.

— Oi Naruto — ela se alegra, mas dei que na verdade só está usando uma máscara social — quer entrar?

— Eu vim ajudar, se não for atrapalhar claro.

— Imagina, você nunca atrapalha — ela libera a passagem — já é de casa.

— Obrigado — entro e hesito se a abraço ou não, então resolvo faze-lo — eu sinto muito.

— Tá tudo bem — ela me abraça de volta com uma mão só.

A solto e vejo que seus olhos lutam contra a vontade de chorar.

— Eu vou com o Sasuke tá bom? — preciso deixar ela sozinha, deve estar sendo insuportável esconder a dor.

— Vai lá — ela assente.

Entro no quarto de Sasuke e o vejo sentado no chão guardando algumas coisas em uma caixa de papelão.

— Oi Sas, e aí? — fecho a porta atrás de mim e sento ao seu lado.

— Oi — ele não tem expressão nenhuma, apenas continua olhando para um objeto que logo percebo ser um relógio.

— Quer ajuda?

— Não precisa — não há grosseria em sua voz, apenas tristeza.

— Foi uma pergunta retórica — olho em volta — por onde eu começo?

— Outra pergunta retórica?

— Dessa vez não, você tem muita coisa.

— Guarda as roupas naquela caixa ali do lado.

Encontro a caixa escrito de caneta "roupas" e me levanto indo até o móvel.

— Era do meu pai, ele ganhou do meu avô — ele diz de repente, percebo que era sobre o relógio.

— Seu pai realmente não merecia aquilo — digo.

Pego uma quantidade de roupas por vez, sem amassar nem desdobrar e as coloco na caixa com cuidado. Sasuke para de falar, começo a ficar preocupado, mas evito dizer qualquer coisa porque não confio em mim mesmo com as palavras.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora