12 - Até aqui

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Naruto

Acordo lá para as onze da manhã, pela primeira vez em todos os meus anos de vida, no silêncio. Que sensação maravilhosa, nada de gente buzinando, minha mãe cantando, meu pai vendo o motor do carro do vizinho, mulher da feira gritando... que benção dos céus.

Suspiro sorrindo, quem diz que dinheiro não compra felicidade é porque nunca experimentou um bom sono.

Me espreguiço e finalmente abro os olhos, a luminosidade do quarto é fraca o que me ajuda a não ficar cego, mas também me dá vontade de virar para o lado oposto e capotar de novo.

Pego meu celular no criado mudo ao lado e olho as mensagens, minha mãe me xingando por não ter ligado pra ela ainda e mais umas vinte ligações perdidas, a Sakura querendo saber como é a casa do Madara e o Sasuke querendo sei lá o que.

Abro as mensagens dele primeiro. Leio rapidamente e bufo vendo que ele só queria era me arranjar serviço, é só o primeiro dia que estamos aqui, deveríamos estar de folga aproveitando do bolso desse velho.

Me sento na cama e coço os olhos colocando o chinelo. Saio do quarto e tento ligar para minha mãe enquanto descubro novamente o caminho para a cozinha, ontem a noite estava escuro demais para eu decorar.

— Oi mã-

— Finalmente moleque! o que eu disse pra você hein!? era pra me ligar o tempo todo, você me prometeu! — minha mãe começa gritando no meu ouvido, estou com tanto sono que apenas escuto — e se você tivesse morrido? sabe como eu estava preocupada!? não sabe né.

Viro umas duas esquinas, começo a reconhecer o ambiente e vou em frente analisando cada porta para não me perder de novo.

— Porque não meu atendeu? quero explicações mocinho.

— Desculpa — bocejo de novo — tava dormindo.

Encontro por acaso a sala de jantar, paro assim que vejo o Madara na ponta da enorme mesa, lendo um jornal. Não sei se continuo andando ou se dou meia volta enquanto ele não me viu ainda. Ele não deveria estar aqui, e o Sasuke?

— Vai sentar ou quer convite especial? — ele interrompe meus devaneios sem tirar os olhos do papel.

Me aproximo devagar e me sento perto dele.

A mesa está repleta de comida com uma cara ótima, meu estômago ronca na hora, isso aqui só pode ser o verdadeiro paraíso.

— Geralmente funcionários comem lá na cozinha, mas como não sou eu quem pago seu salário então fique a vontade — ele diz.

Não respondo para evitar estragar o plano, ele tem que pensar que sou um capacho do Sasuke então é isso que vou fazer ele achar, no fim quem vai rir nadando no dinheiro dele sou eu.

Pego um pouquinho de cada, pedaço de bolo de sabores que nem sei o que são, uma torrada para cada recheio, três copos com sucos diferentes e mais um quarto pratinho para as frutas. E olha que fui educado e não peguei muito.

Começo a enfiar uma coisa atrás da outra na boca, estava varado de fome, maçã na madrugada não é nada.

Madara me olha por cima do jornal, impressionado com meus pratos ou meu modo de comer, sinceramente não estou nem aí. Só se vive uma vez e eu pretendo viver de bucho cheio.

Burguês na favela - sasunarusasuOnde histórias criam vida. Descubra agora