Sasuke
Quando o dia amanheceu, acordei bem cedo para começar minhas aulas falsas com meu avô. Mesmo sendo apenas uma desculpa, eu realmente preciso de qualquer informação que ele possa me passar, quero ser um policial tão bom quanto meu pai.
Já mandei uma mensagem para Naruto, dizendo exatamente o que ele precisava fazer enquanto eu ficasse ocupando meu avô. Hoje não vamos nos precipitar demais, é apenas um reconhecimento de terreno e horário dos funcionários.
Naruto vai anotar entradas, saídas, funções e folgas, tudo que ele conseguir descobrir sobre os empregados que serão uma pedra no nosso sapato quando formos procurar e alterar o testamento, tenho certeza que a segurança aqui será um desafio e tanto.
— Treze minutos atrasado velhote — cerro os olhos observando meu avô se aproximar da mesa onde estou sentado.
Ele me mandou para a biblioteca particular dele, eu esperava sei lá, testar umas AK47, não ler livros. Isso eu já faço todos os dias.
— Sua mãe não te deu educação não? — ele se senta na cadeira a minha frente.
Não respondo.
— Porque estamos numa biblioteca? — questiono.
O lugar é enorme, tem até um segundo andar lotado de prateleiras embutidas na parede com livros de todos os tipos, confesso que fiquei um tempo surtando com isso.
Ele fica um tempo em silêncio, me olhando pensativo.
— Vem cá, porque você quer se tornar um policial? — ele apoia o rosto em uma das mãos, me olhando com atenção.
— E-eu... — me sinto pressionado a dar a resposta que ele quer e acabo gaguejando.
— Não — ele me interrompe antes de eu continuar — quero a verdade, o que te guia, coração? ... ideologia? o dever? a avareza?
Abaixo o olhar, não tem porque eu mentir, estou tão acostumado a dizer o que os outros querem que eu diga, que quando preciso dizer a verdade esqueço como se faz.
— Eu acho que pra honrar a memória do meu pai — digo o que é mais óbvio — também gosto da ideia de viver constantemente na adrenalina... se sentir vivo.
— Entendi — ele pensa um pouco — então você não tem propósito algum e ainda por cima acha a vida um tédio, ou odeia ela, o que pode ser um ponto muito bom.
Fico confuso, o que ele quis dizer com isso?
— Começando por você ter iniciado a frase de maneira insegura, com "eu acho que", falta de determinação sobre a profissão da sua vida, isso não deveria acontecer — ele diz sem arrogância alguma, até parece um conselheiro simpático — se você não tem absoluta certeza sobre o que quer, então na verdade você não quer.
— E o que você sabe sobre o que eu quero ou não? — começo a me irritar.
— Segundo, sua primeira motivação é seu pai, não desprezando a sua dor ou o que você faz com ela, eu penso no meu filho todos os dias e me arrependo de ter o deixado a mercê quando eu podia ter feito algo — ele não me olha diretamente — mas não vou ser hipócrita, nunca disse que eu era um bom pai — ele suspira e limpa a garganta — mas ouça bem Sasuke, você não pode pegar um fardo para si que não te cabe, se seu pai era um grande policial e toda sua família também já foi, não quer dizer que você deva ser também — ele volta a me encarar — seu pai morreu com honra, você não precisa colocar a si mesmo o dever de um legado.
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Burguês na favela - sasunarusasu
FanfictionSasuke, um garoto extremamente rico, recebe a notícia de que sua família perdeu todo o dinheiro e agora precisam morar no bairro mais pobre de Konoha, onde conhece um loiro irritante que vai mudar sua vida. 1° e 2° temporadas completas! 1° #sasunaru...