Já se eram cinco da tarde. Na verdade não, a sessão não seria as 18 horas, mas as 18 estava ótimo ainda tinha certeza que ia ter de levar o menino para fazer uma tour no shopping.
Me lembrei de ontem, que ele em deixou meio… sem controle, mas isso nunca mais iria acontecer, não mesmo,caralho não sou assim, porra de tesão em viado? Nem fodendo! Gosto de mulher e já era.Me arrumei, e me perfumei, bem menos formal cara, não ia trabalhar, então coloquei uma camisa larga do flamengão, das que eu gostava um shorts, chinelo da Nike, daqueles que não tem correia e sim um velcro em cima, e a lupa, ou melhor um óculos em cima da aba do chapéu. É eu estava parecendo os caras que eu saltava da prisao.
Ótimo disfarce, pensei comigo. Por mim me vestia assim sempre mas não posso, as vezes tenho que ter classe, minha mãe mesmo odiava esse tipo de vestimenta, falava que era coisa de maloqueiro, mas ser maloqueiro tá na moda, e eu passava a semana toda me vestindo formal todo engomadinho quase sem personalidade.
Eu odiava o meio de advogados, tem maluco que se forma e cresce um rei na barriga, ficam cheio de querer, vão na esquina engravatados. Hoje posso ter vida boa, sai da zona, mas na zona eu nasci a zona é o meu lugar.Quando encostei o carro no seu portão estreito, Taz saiu no portão acompanhado por sua mãe, quando ele entrou fiquei surpreso, ele havia cortado o cabelo, não muito, havia feito até o pezinho, ficou bonitinho, sem muita personalidade, ou melhor, na personalidade Taz. No fim ele estava… pior, no bom sentido, quer dizer, ainda mais bonito, aquilo combinou com ele, muito, combinou muito.
Ele usava uma camisa branca, para piorar tudo, o que fazia com que ele parecesse uma benção, que crime, e uma calça bege, era um conjunto novo, até mesmo seus sapatos eram novos, All Star de couro branco. Fiquei o olhando, ele colocou o cinto empolgado com um sorriso ansioso no rosto, "Oi Sr. Kauã" disse ele mas eu estava tão… fascinado que não disse nada, fiquei o olhando. Derreti o picolé mané, se ele fosse uma garota seria das mais belas que já vi.
— O quê? Fiz algo errado foi? — disse com aquele manhoso timbre na voz.
— Seu cabelo
Ele riu, passou a mão na nuca e depois no cabelo, bagunçando-os, mas já estava um pouco bagunçados.
— Minha tia que me levou num salão. Eu… achei que tô igual a todo mundo agora — sorriu
Nem fodendo, tá muito diferente de todo mundo, muito mais… mais bonito.
— Tá nada, tá bonitão — disse, ele corou na hora.
Avancei com o carro.
Fomos no Shopping Maia, aquela porra era grande de mais, já no estacionamento ele estava impressionado, nunca havia vindo em um shopping, me perguntou se era igual o aeroporto eu disse que era semelhante.
Por fim levei ele no MC Donald's dessa vez, mas ele não gostou muito disse preferir o outro lanche, ele não sabe falar Burguer King corretamente, é engraçado.Fomos para a fila do cinemark, e havia vários filmes na tela mais a cima da cabine de compra de ingressos.
— Vamos ver o dois daquele de ontem dos ETs?
— Não, Taz aquele ainda não saiu...
— Égua… e tem que esperar é?
— Sim. Mas podemos ver qualquer um daqueles ali ó... — apontei
Ele olhou, olhou, olhou, e pareceu confuso, mas apontou um que havia um desenho na capa.
Puta que pariu, tanto filme daora e ele me aponta LUCA, que porra é essa velho? Eu devia ter escolhido o filme.— Tem certeza? — falei meio confuso querendo que ele mudasse de ideia.
Por favor muda de ideia tem vários filmes bacanas de ação, velozes furiosos, sei lá porra!
— Não gostou daquele não foi? — falou ele
Tentei disfarçar ao máximo, ao máximo minha frustração em dizer:
— Por mim pode ser qualquer um pó, você escolhe, eu te trouxe para cá para isso.
— Então vai ser aquele mesmo, Luca
Me olhou com aqueles olhos inocentes. E merda, podia ser até de herói que você disse que eu parecia, eu irá amar mesmo odiando herois, mas não, lá fomos nós, comprar o ingresso para ver A PORRA DE UM DESENHO INFANTIL. Preciso nem dizer que a sala estava com algumas crianças mas a seção estava vazia, e tinha nós lá, a porra de dois marmanjos vendo LUCA! Fazia tempo que eu não vinha ao cinema e isso estava sendo uma tortura.
Eu tô inconformado viado, de verdade, muito inconformado, ficar uma hora aqui vendo isso vai ser tortura de mais porra. Mas tá, sentamos mais ao fundo no canto, eu decidi que não iria assitir aquela merda. Já Taz, ele estava fascinado. Isso que eu ia assistir seu fascino, quando as luzes apagaram e o som saiu da caixa altas ele deu um pulo assustado.
Contive o riso.— Égua! — disse ele assutado com os olhos arregalados olhando para todo lado — Precisa ser assim, essa bixiga alta?
Eu ri.
— É assim mesmo.
— Um balaio-de-gato mesmo, oxe.
O filme começou e eu me recusava a assistir até que… começou a me chamar a atenção a história daqueles monstrinhos aquáticos, vou resumir um deles era proibido de sair do mar e esse era o Luca, o outro mais descolado saia do mar numa boa, esse era o Alberto (acho que esse era o nome) os dois viram amigos e Luca começa a sair do mar, fazer tudo que a família dele proibia.
Nossa caralho quando chegou no fim, eu estava com uma tristeza morando em mim, já o Taz, ele não poupou esforços chorou, chorou mesmo se emocionou, estava todo vermelhinho quando as luzes ascenderam e descemos as escadas, olhei ele com os olhos brilhosos e com cílios molhados, senti puta pena do moleque, acho que ele era igual o monstrinho aquático cativo do mundo.
Saímos da sala em um silêncio fúnebre, aquilo não era um filme para criança, não mesmo, as crianças que estavam na sala saíram de boa, pulando curtindo, já os pais delas com uma expressão meio tensa no rosto
Puta-que-me-pariu! Que caralho de filme idiota e ao mesmo tempo eu não sei nem explicar. O filme não era idiota, era bom, era um filme de crianças para pessoas adultas e isso me incomodava, um filme que parecia infantil, para adultos, deu para entender? Eu me vi várias vezes em um dos personagens, o mais moreninho, me pergunto se o Taz também se identificou com um dos dois e por isso ele chorou, assim que saímos da sala do cinema para caminhar um pouco no shopping notei que ele estava murcho, nem mesmo para o lado olhava.— Taz — chamei —, está tudo bem?
Ele apenas balançou a cabeça, carregando o que sobrou do pacote de pipocas na mão. Continuava andando e seus olhos parecia úmido ele estava todo coradinho, o nariz vermelhinho, as bochechas e o queixo bonitinho quadradinho riu de modo sutil, aquele sorrisinho tortinho de lado, um charme, e notei as covinhas em suas bochechas que eram bem leves e eu nem tinha reparado antes, acho que eu devia o olhar melhor.
— Quer conversar? Você não me parece muito bem.
— Eu tô… — ele me olhou parando engasgado e fez uma cara de choro — Eu tô bem.
Quando falou bem desabou. Debulhou-se em lágrimas.
Puta merda não acredito que ele tá chorando por causa de um desenho que inclusive já acabou, ele começou a chorar e eu não sabia o que fazer.— Por causa do filme? — falei num tom confuso, o máximo que podia para não ser arrogante.
Ele negou com a cabeça e me abraçou, se enfiando com a cabeça em meu peito, ele era meio baixo.
Fiquei com o braço meio aberto por alguns segundos sem saber o que fazer, que merda, e ele chorava sem parar e as pessoas passavam por nós me encarando, até parecia que eu era o culpado.
Por que caralhos ele estava chorando feito uma criancinha?---------
Acho que os dois podem dar certo...
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Ordem do Caos
Romance------- Obra para maiores de 18!!! ------- Queria virar ele naquele sofá, arrancaria ou rasgaria o seu shorts que parece ser um tecido leve, e ergueria a bundinha arrebitada dele o colocando de quatro eu certamente a deixaria vermelha de tanto tapas...