Sessenta & sete

2.1K 201 89
                                    

O arrastei até o escritório no fundo da oficina, alguém iria realmente se atrasar para o trabalho. Boca na boca, pele na pele, o encostei sob a mesa, derrubando tudo no chão enquanto o beijava loucamente, eu ele começou a desabotoar meu macacão enfiando a mão na abertura e tocando meu peitoral, e então desceu os mesmos para baixo relevando meus ombros e passando a mão em mim. Caralho como era bom sentir a mão dele e o beijo dele, quase num decontrole, estava tocando suas costas por debaixo de sua camisa. Louco, louco aquilo era a coisa mais louca.
Eu ainda estava irritado e beijava ele com uma certa raiva e voracidade, mas também com amor, de modo avassalador, beijava e abocanhava seu pescoço enquanto ele deitava se sob a mesa e eu o tomava para mim, ele estava sob minhas mãos, puxei o cabelo dele para trás fazendo ele ficar com o pescoço mais a mostra, lambendo, passando a língua lentamente, do pescoço ao seu lábio molhando ele com a minha saliva quente, até que a porta do escritório se abriu.

— Kauã?! — disse meu pai.

Porra velho, ele sempre demora quando diz que vai ser rápido!

Taz saltou da mesa assutado, ajeitando sua camisa amarrotada, e eu comecei abotoar o macacão.
Merda naquela euforia eu esqueci do meu pai, e até mesmo das câmeras da oficina, aquilo não havia sido apenas um flagrante mas sim um registro.

— O que-que? Que porra é essa, quê? — ele gaguejava então levou a mão na testa alisando a mesma.

— Seu Aldair eu... — começou Taz.

— Pai... é você disse para mim não trazer mulheres para cá — dei um riso nervoso eu nem sabia o que eu estava fazendo — Bom ele não é uma...

Ou é? Digo aos olhos do meu pai.

Taz me deu um cotovelada.
Meu pai estava estarrecido.
Merda, que porra eu estava fazendo?

— Daí você trás outro... merda Kauã que porra é essa? Que que você está fazendo com um garoto que tem metade da sua idade?

Pai eu só sou quatorze anos mais velho.

— Foi eu quem o beijei — atirou Taz — Desculpa Kauã, eu... eu vou indo...

Segurei Taz, que idiotice não podíamos agir feito duas crianças. Foda se! Já estava no inferno mesmo, bora abraçar o capeta, e o capeta em questão era meu pai.

— Pai, eu e o Taz, é... Bom a-a-a a gente tá juntos — falei soltando um ar dos pulmões — é isso.

Houve um silêncio. Porra, que merda fala alguma coisa, ele não disse nada mas respirou fundo, merda, ele já estava na terceira idade se infartar eu iria fazer o quê?
Enterrar claro.
Então deu um riso nervoso.

— Se me falassem isso, eu não acreditaria, assim como não acreditei quando Ju comentou comigo que viu você mais esse garoto de gracinha na praia — riu nervoso olhando para o nada. — Kauã eu te fiz homem porra, mas isso? Não, não, não, isso não. Não Kauã cê tá zoando com a minha cara não é? Olha o seu tamanho? Porra tu bota medo em qualquer um, você é homem.

— Está certo disso eu sou homem, desde de quando isso me fez menos homem?

— Cadê? — ele começou a andar pelo cômodo procurando algo — Cadê a câmera, você o Juliano, esse garoto estão me zoando não é? Onde está? — ele empurrou os papéis da mesa.

Em seguida pegou a impressora erguendo ela do lugar, deu um tranco na mesma a arrancando da tomada arrebentando tudo e a jogou no chão, Taz deu um pulo assustado com o estrondo. Comecei a sentir pena do meu pai.
Porra ele não ia agir de um modo tranquilo, claro que não ele sempre me viu com mulheres, sempre me viu bruto, e ser viado é ser frágil, pelo menos para homens como eu ou meu pai.

A Ordem do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora