(...)
O corredor do hospital parecia ter ficado tão pequeno, eu estou sentado em silêncio, com um curativo na testa da coronhada que levei. Uma equipe de policiais acompanham a situação, a televisão ao longe no canto do corredor mostra que um grande bandido procurado pela polícia à anos foi preso, e por incrível que pareça acreditam que o Zé-do-Corte era o tal “Lobao” pelo menos esse apelido que é o meu está sendo também designado a ele, que Deus permita que as pessoas não descubram que eu sou o Lobão. Estranhamente eu estou com a barra totalmente limpa.
No meu depoimento relatei que roubei uma segunda arma do próprio Zé e atirei com a mesma, preciso que Taz seja conivente com essa versão, ele vai demorar a dar o depoimento dele.
A enfermeira saiu da sala, para o meu alívio me levantei de forma abrupta junto de Lisa que estava mais afoita que eu.— Bom, deu tudo certo a cirurgia para remoção da bala, mas o senhor Tarcísio perdeu muito sangue, se vocês souberem de alguém que possa doar, vai ser muito válido, tem que ser O negativo.
— O meu doutora... O meu é — falei meio desesperado.
— Ah ótimo, então podemos fazer isso não é? Fez tatuagem recentemente? Uso de drogas, cigarros, entorpecentes algo assim? A gente preenche o formulário e você doa. — disse ela animada
Olhei para Lisa.
É eu não poderia fazer aquilo. Eu tinha cheirado pó um pouco mais cedo.— Ah... É, doutora eu.. é.. Sou usuário — falei.
— Usuário? — falou Lisa — Mas o Taz me disse que você estava um tempão seu usar. Que só usou na prisão então... faz muito tempo, da para doar, não é?
— Não Lisa... não não dá — olhei para ela e ela murchou o olhar com uma expressão decepcionada.
A doutora tocou meu ombro.
— Tudo bem, estamos aguardando o hospital regional para ver se há bolsas de sangue lá. O estado do Taz é estável, ele já está bem, apesar de precisar do sangue — explicou a doutora tentando nos acalmar
A doutora me olhou com pena, quase com o mesmo olhar que olhamos aos drogados abandonados nas ruas.
Na verdade não sou usuário, mas o que eu diria? Que usei cocaína de tiração ou brincadeirinha? E não faria diferença para quem cheira pó só pode doar sangue após um ano, não sei se já tô cem por cento limpo mesmo que eu não tivesse cheirado nada hoje.
— Então vamos ter de aguardar na fila de doadores, como Tarcísio é urgente ele está entre os 5 à sua frente. — acrescentou a doutora
— Cinco? — perguntou Lisa
— Se conseguirem alguém... Vai ter muita valia para ele.
— Merda! — exclamei.
— Vou mandar aqui nos grupos de amigos, sei lá — disse Lisa em desespero.
A mãe de Taz surgiu no corredor, vindo furiosa em minha direção. Parecia que ia chover em sua cabeça, e ela está acompanhada de Gustavo. Quando me viu paralisou imediatamente, quase que inconformada com a minha presença, apertou os olhos.
Nossa como ela mudou, ela era um estrupicio, não que agora esteja menos feia mas está aparentemente melhor, mais cuidada, tem até dentes em sua boca que era murcha, os cabelos estão tingidos em cor de mel, presos parcialmente e com fios soltos, e está maquiada, como se agora houvesse lhe restado resquícios de vaidade. Eu diria que Amanda está mais bonita do que quando chegou do Rio Grande do Norte.— Filho da puta, o que fez com meu filho, hein? — disse ela vindo aos berros em minha direção, a enfermeira que já ia saindo retornou meio assustada.
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A Ordem do Caos
Romance------- Obra para maiores de 18!!! ------- Queria virar ele naquele sofá, arrancaria ou rasgaria o seu shorts que parece ser um tecido leve, e ergueria a bundinha arrebitada dele o colocando de quatro eu certamente a deixaria vermelha de tanto tapas...