Cento & vinte & sete

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Taz está todo arrumado, mas não formalmente (graças a Deus) não gosto quando o Taz está todo empertigado, não que fique feio, mas nem parece ele, ele de verdade. Ele odiava aquelas roupas e agora entendo que talvez ele se vista bem para que o namorado dele pare de ser o merda que era e implicar com suas roupas, como Lisa me contou. Kátia me parabenizou, e também trouxe sua filha de cinco anos. Lisa ligou o som em música baixa e ficamos durante umas 3 horas de conversa fiada vendo as crianças brincar no tapete da sala, quanto a Taz ele não disse um A, ficou o tempo todo no celular, em outro planeta e aquilo estava me irrita do muito.
Aquele é o estilo de vida pacata, algo que eu particularmente não vivi, mas estava achando engraçado. Bruna olhou seu celular.

— Gente preciso ir — anunciou — Meu irmão está vindo para cá, deve ter brigado com meus pais de novo.

— Manda ele vir para cá — falei para não parecer antipático.

Naquela hora Taz me encarou friamente e me encolhi feito um cão assustado.

— Ele é meio chato, eu vou para casa, colocar Davi para dormir também — disse Bruna

— Aí também vou indo amiga — disse Kátia — Gente foi um prazer, as coxinhas e os bolinhos de vegetal estavam muito boas depois me passa a onde você comprou Lisa.

— Claro — disse Lisa se levantando

As cumprimentei como forma de despedida, e as levei até a porta com Gabriel nos braços para dar tchau aos novos amiguinhos dele. Enfim fechei a porta.

— Meu Deus, eu não estava aguentando mais — disse Lisa — São legais mas nossa, não paravam de falar.

Eu ri e coloquei Gabriel – que já estava caindo de sono, no chão, me sentando no sofá. Taz parecia invisível e eu não queria falar com ele por medo, medo de perguntar o que ele tinha e vir uma resposta que eu não queria, ou medo de o tratar bem e ele me tratar mal. Ele nem sequer me olhava, nem se quer se importou comigo, foi educado, claro, mas muito calado, agora cutucava sua unha em sinal de tamanho desinteresse.

— Obrigado Gente, faz tempo que não passo aniversário com pessoas que gosto — falei baixinho

Na verdade falei aquilo olhando para Taz, ele é a única coisa que eu gosto.

— Chamei Miguel mas... Ele não veio. — disse Lisa

— Ele deve estar chateado — disse Taz quebrando o silêncio — Como quase todo mundo tem estado com o Kauã.

Lisa ergueu o olhar, o clima estava formado, parecia que ia chover em nossas cabeças.

— Aí olha... o Kauã tem um violão, o Taz toca né Taz? — disse Lisa tentando mudar o assunto enquanto eu e Taz nos encaramos feio, Lisa se levantou indo até o suporte de violão — Né Taz?

— É — respondeu me encarando.

— Toca para nós — Lisa foi até ele o entregando o violão.

— Não tô a fim — disse Taz se recusando me encarando friamente sem piscar enquanto eu fazia o mesmo.

— Vai Taz — Lisa entrou na nossa frente tentando quebrar o clima.

— Quer saber — ele pegou o violão — Vou tocar uma música para o Kauã, ele conhece a letra uma vez vi ele cantando mas eu nunca achei que essa música fosse combinar tanto com ele depois que ouvi com mais calma.

Lisa fez uma cara de arrependida pelo pedido me olhando, é realmente ia chover em nossas cabeças, senti meu coração inflar. Ele mexeu na afinação e começou a tocar apenas o som, mas eu não fazia ideia do que ele estava tocando, Lisa e eu estávamos apreensivos, notei Lisa negar com a cabeça ela reconheceu aquele som primeiro que eu.

A Ordem do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora