Setenta & oito

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Tomei um fôlego tentando me reorganizar. Então disparei irritado:

— Elas deviam ser pagas para subir na porra do palco e dançar e não por dar para os clientes.

— E você as pagaria? por que elas já ganham dinheiro fazendo isso e não sai do seu bolso, mas e você? Me diz, se fossem somente dançarinas o que elas receberiam? Por que o dinheiro dos eventos só pagam seguranças e o Tubarão, de resto nenhuma mulher aqui recebe um real seu. Somos inúteis né, por que eles tem direito aqui dentro mais do que nós?

— Por que eles botam ordem na casa, acha que eu ofereceria a Tubarão minha arma para ele atirar em minha cara? Não, pois ele não pensaria duas vezes.

— Aí não patrão — disse Tubarão como se discordasse.

Ela riu meio descontente.

— Machista. — falou ela com desdenho — Sabe por que essas meninas continuam aqui? Porque elas acreditam em você acreditam que você vai tirar elas dessas vida.

— Ótimo! Então está proibida a prostituição. Proibido fazer daqui um ponto de prostituição beleza?!

— Lobão! — disse ela em relutancia.

— Não é o que querem? Sair dessa vida, mandem elas se prostituirem em outro local, eu nunca gostei dessa ideia mesmo. Foda-se. Manda elas irem procurar um emprego digno.

— Patrão aí não pô, as minas salvaram o seu negócio na pandemia, graças a elas está tudo bem — disse Tubarão.

— Elas são como uma família, vivemos juntas, comemos juntas. Não pode mandar cada uma para o raio que o parta e é isso, você é um ingrato filho da puta. — disse Penélope irritada.

— Tenho dito. — falei dando as costas — Manda elas zarparem, ou tentar ganhar dinheiro só dançando.

— Qual foi cara tá sendo injusto... — disse o Tubarão. — Tem mina aí que não tem onde viver pô, é puta de luxo mas gasta com filho ou mãe doente o dinheiro pode ser até mais que um salário mas sabe como é no Brasil, isso não supre.

— Quer assumir o bagulho Tubarão?
Vocês são fodas, só me fodem. —  dei uma pausa rapida, Penélope me olhava com olhos pidão, Tubarão negou minha oferta — Tá porra, que-que eu posso fazer pela porra da Lily?

— Assistência médica — Penélope correu indo atrás de um balcão como se já estivesse com tudo programado, puxou um maço de folhas e correu em minha direção pisando com seu salto alto torto até mim — Ela fraturou uma das costelas algumas escoriações, precisa desses medicamentos aqui, além disso o filho da puta quase estourou o silicone então vai precisar de uma ajuda com isso.

Me entregou tudo.
Ótimo, a filha da puta arruma briga e eu que pago a merda da recuperação. Penélope continuou:

— Ela está bem, tá no pronto socorro, isso aconteceu há umas três semanas atrás, os médicos queriam dar alta mas estão esperando. Há tempos queria falar com você por quê... Precisa fazer com que isso não aconteça de novo.

— Penélope, olha eu posso pagar todo esse caralho, mas não posso evitar que essa merda aconteça, ainda mais com a Lily que devia avisar os cara que ela tem um bagulho no meio das pernas, beleza?

— Mas você pode evitar tudo isso — olhou com seus olhos murchos pidão. Agora eu sabia o que ela estava querendo dizer.

— Não. — respondi

— Pode sim, qual foi Lobão deixa as meninas se prostituirem aqui dentro, usar os quartos como era antigamente. É mais seguro para elas. — insistiu

A Ordem do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora