Cento & quarenta

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Ele levou sua mão levemente até meu rosto, tocou meu curativo, parecia estar pensando enquanto eu tentava me arrumar de uma maneira confortável ao seu lado.

— E o Gabriel? — murmurou sua pergunta

— Está com os padrinhos dele. — respondi

Ele deu um sorrisinho.

— Foi horrível hoje, pensei que eu fosse morrer... eu não quero ficar sem você.

— Eu pensei que você fosse morrer também, pensei que havia pego no seu coração — falei meio murcho ele segurou minha mão que repousava em cima da minha barriga e ficou acariciando a mesma. — Desculpa por esse merda toda Taz, eu não queria que nada disso tivesse acontecido, não mesmo.

— Não foi culpa sua, eu escutei o Zé dizer que estava armando aquilo há meses já até tinham estado no prédio antes então foi tudo premeditado.

— É.

— Ainda bem que você não é estava lá, Deus foi justo você morreria... Eu tô feliz de você estar bem. — acrescentou

— É — resmunguei.

Ele se afastou me olhando, me analisando. E eu nem sabia o que dizer a ele, eu só sabia sentir uma repousa iminente de que eu eu não queria vê lo em uma cama de Hospital e aquilo era culpa minha também, eu sempre quis correr pelo certo, e mesmo que eu fizesse de tudo por isso sempre dava tudo errado.

— O Zé tentou tocar em você, foi?

— Foi, mas eu... Eu me defendi, eu o mordi e o bati — ele deu um riso, mas suspirou fundo. — foi horrível, aterrorizante.

— Tô orgulhoso de você.

— Por isso?

— Claro, não deixar ninguém te tocar a força e se defender com unhas e dentes é foda... — dei um suspiro — Mas não, estou orgulhoso de tudo, tudo mesmo, desde o primeiro dia que nós vimos, orgulhoso da sua paciência, generosidade, audácia — falei com entonação na voz e ele riu — De tudo o que você é. Taz eu amo você, eu o amo.

— E eu amo quando cê fala baixinho assim, da medo e tesão ao mesmo tempo — disse ele mudando o assunto.

Eu falava calmamente, pausado e com a voz serena. Apertei sua mão acariciando-a e ele sorriu eu o olhei por cima dos ombros e ele me olhava docemente com a cabeça no meu peito.

— Posso pedir uma coisa? — perguntou.

— Claro amor, o que quiser.

— Um beijo? — riu e o olhei, ele estava com os olhos risonhos e as bochechas coradas de vergonha.

Eu ri, segurei o rosto dele o puxando e sem rodeios e o beijei, desde quando ele devia me pedir beijos. Dei uns três selinhos nele, daquele demorados e carinhoso, sem envolver a língua, modo tênue e extremamente carinhoso, enquanto segurava seu queixo acariciava seu maxilar com o polegar. Ele deitou a cabeça em meu ombro depois dos beijos, eu queria dizer que o amava, mas meu telefone interrompeu o momento vibrando em meu bolso e peguei meu celular que tocava no bolso.

— Quebrou a tela?

— É... — resmunguei.

— Desde quando a sua foto de plano de fundo sou eu e o Gabriel? — ele tomou o celular da minha mão e olhando mais de perto — Quando tirou essa foto?

Eu ri.

— Não sabia que tirava fotos impreviseiveis.

— Aprendi com o melhor — falei olhando para ele me lembrando de quando ele tirava fotos minhas aleatórias e imprevisíveis no passado.

A Ordem do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora