Cento & cinquenta & quatro

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Tirei apenas um cochilo, pois querendo ou não devia buscar o Gabriel, afinal Miguel trabalha, Martha trabalha e eu combinei que iria cedo.
Sete da manhã eu já estava na porta do Miguel, Martha quem me recebeu, ela estava trocada para ir trabalhar, Mirela estava na cozinha fazendo café quando fui recebido, e Miguel? O Miguel dormia afinal ele abria a mercearia dele mais tarde.

— Obrigada por deixar ele, espera um pouco o café — disse Martha segundo o Gabriel no colo após me receber

— Eu quem agradeço. — toquei no nariz do Gabriel e dei um sorrisinho.

Gabriel estava quietinho, com sono presumo.

— Brincou bastante garotão? — falei agitando seus cabelos curtos e lisos, estavam longos começando a ondular na pontas

— Xim — respondeu cheio de manha coçando o olhinho.

— É mesmo? E como foi?

— Xim — respondeu e eu ri

— Só vai responder sim?

— Xim

Eu estava morrendo de saudades do pivete, o peguei o beijando e abraçando.
Martha me serviu café em um copinho americano, e se sentou no sofá ao meu lado, já Mirela sentou-se na poltrona com um pratinho contendo pão assado, torradinhas de pão e seu copo café sob o suporte para copos na mesa de centro, Gabriel não perdeu tempo foi em direção a Mirela lhe roubando um de suas torradas e voltando aos meus braço de boca cheia.

Esse aí pegou fogo com a Laurinha — disse Martha — Tava quase arrancando meus cabelos, ainda bem que Mirela me ajudou muito.

— Então ele deu trabalho?

— Não nada de trabalho, crianças brincam, é assim mesmo e foi bom para ele, afinal ele chegou aqui bem assustado daquilo tudo que aconteceu — ela acariciou a bochecha dele — Como foi a viagem com o Tarcísio?

— Está realmente junto do Taz agora? — perguntou Mirela.

— É, agente tá... Bom eu... Eu pedi ele em casamento, estamos noivos. — era estranho falar aquilo.

Não que era estranho falar que eu era noivo de Taz, mas Martha e Mirela não eram minhas amigas, não tinham certa intimidade comigo, pareciam intimamente me reprovar. Houve um silêncio constrangedor, eu devia ficar quieto.

— Espero que não o mate. — rebateu Mirela.

— Mirela! — disse Martha repreendendo a garota.

— O quê foi? Foi só uma brincadeira.

Dei um sorrisinho para Mirela sinalizando que estava tudo bem com sua piada sem graça, mas sei que Martha pensava o mesmo afinal Malu que era sua grande amiga foi morta por minha causa.

— Eu estou tentando uma vida tranquila e de boa com o Taz, já me livrei de tudo, os federais, o Zé, tenho certeza que o Taz não vai morrer. Não por conta de algum erro meu — falei encarando Mirela — Espero viver ao lado dele durante um bom tempo.

Eu sabia que a acidez da Mirela tinha um motivo, um nome na verdade: o Gustavo, ela era amiga do Gustavo, também não gostava da ideia de eu estar tomando o seu espaço.

— Espero que o Taz esteja certo disso

— Mirela — disse Martha novamente — Que foi? Da para parar?

Mirela se levantou bufando e caminhou até a cozinha sumindo de nossas vista.

— Ela, ela gostava muito o Taz e do Gustavo. Dos dois como casal, eles saiam muito juntos, ela, Gustavo, Taz e aquela outra mocinha, esqueci o nome dela — Lisa presumi mas não falei. — Ela é amiga do Gustavo mas ama muito Taz só... Só quer o melhor para ele eu entendo.

A Ordem do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora