A respiração ainda estava um pouco descontrolada, e eu tentava não pensar muito em mim, no merda que fui. Lembro que na prisão muita coisa aconteceu e essas crises foram muito intensas no início, isso por que eu estava longe do Taz, eu só pensava nele o tempo todo e toda vez que eu pensava nele eu ficava assim, depois me acostumei a não pensar muito nele eu quis esquecer, quando minha mãe faleceu houve um reavivo e as crise voltaram, elas acompanhavam uma asma anormal, overdose por conta da cocaína ou crises que pareciam que meu coração ia explodir, e talvez fosse afinal eu acho que meu coração havia ficado doente no momento que eu deixei o Taz.
Taz se sentou, minha cabeça está em seu colo, é possível escutar o som da música na sala bem, bem, baixinho em meio ao enorme silêncio, ele acaricia meu rosto do mesmo modo que antes, minha sobrancelha, minha barba, meu nariz com a ponta dos dedos, mas eu não estou o olhando, estou com a cabeça de lado olhando para sua camisa branca, deitado sob o chão duro de madeira, mas com a cabeça em sua coxa.
— Sua mãe me disse que você tinha crises quando estava preso, eram assim?
Fiz que sim com a cabeça, abruptamente envergonhado.
— Ela falou que você vivia machucado, você que se machucava, ou... Ou te batiam?
Fiz que sim novamente relembrando da situação.
— Os dois? — perguntou ele
Fiz que sim.
— E como você fazia para passar nego?
Neguei com a cabeça.
— Usava as drogas?
Fiz que sim, minha mente foi inundada pela lembrança vergonhosa, cheirar pô ajudava eu ficar doidão mas de outro modo, quando eu sentia que ia explodir eu cheirava, logo tão chapado quanto o uso da maconha eu ficava, naquele instante tudo acontecia, brigas, surras, e muito mais. Mas isso só foi nos primeiros anos inicial quando eu estava no cadeião, com os outros presos, depois que fui transferido para o presídio o sistema rigoroso não me deixava usar drogas com frequência e a rotina pacífica do local não me deixava ter crises explosivas, como essa, os ataques de pânico reduziram-se mas as tentativas de morte não.
— E você gostava? Sente falta? — insistiu ele
Neguei com a cabeça e o olhei.
O olhei de modo sereno.— Tá desculpa amor e-e-eu não devia fazer tantas perguntas...
— Eram só o meu refúgio, não algo que eu gostava — murmurei finalmente quebrando meu silêncio com a fala mansa.
— É eu entendi... Eu so... estou preocupado agora.
— Eu usava antes, sempre antes de... Explodir como agora, caso contrário eu surtava — acrescentei
— E o que acontecia?
— Me machucava, vagava falando sozinho, me batia contra os cantos, arrumava briga, machucava meus colegas de cela, eles me batiam também. — respiro fundo — Ficava em transe durante um longo tempo, daí eu cheirava e tudo... Tudo virava pó. Todo o sentimento, todas as dores.
— Eram constantes?
— No inicio — respondi.
Ele me olhava com uma carinha assustada e amedrontada.
— Desculpa. — falei baixinho.
— Não, não, não tem por que pedir desculpa... Não tem por que...
Fiz que sim com a cabeça. Houve um silêncio, mas Taz parecia realmente curioso.
— E depois que você saiu da prisão passou? — perguntou
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A Ordem do Caos
Romansa------- Obra para maiores de 18!!! ------- Queria virar ele naquele sofá, arrancaria ou rasgaria o seu shorts que parece ser um tecido leve, e ergueria a bundinha arrebitada dele o colocando de quatro eu certamente a deixaria vermelha de tanto tapas...