Taz tocou minha sobrancelha com a toalha úmida e senti a ferida queimar, esquivei a cabeça estalando a língua olhando feio para ele eu estava mega irritado com sua presença.
— Vai me bater também? — ele disse e tentou passar o pano e me esquivei.
— Por que trouxe ele Miguel?
— Ele quem quis vir. — respondeu Miguel me encarando feio
Parece até que estava adivinhando. Porra. Traíra, Miguel era um traíra.
— Vou lá fora com os cara… — disse Miguel se retirando.
Taz segurou meu queixo e puxou minha cabeça e olhei bravo. Irritado de mais.
— Me deixa fazer isso — falei tentando tomar o pano mas ele esquivou.
— Não... Não! — ele meio que alterando o tom de voz falando com brandura o último "não".
E eu? Eu não fiz nada, tava para nascer macho que fosse gritar elevar o tom de voz comigo, mas ele? Ele meio que podia tudo, o olhei e ele me puxou de novo e tocou o pano úmido na ferida, dessa vez nem me movi, não esquivei, fiquei quieto sentindo o tecido gélido arder na pele cortada.
— Kauã…
— Não fala nada para mim não meu! — falei de modo grosseiro — Porra!
Ele respirou fundo.
Acho que fui grosso de mais, mas mesmo assim ele não cedia, ele me confrontava:— Égua, vou falar sim visse, tu não manda em mim.
— Tarcísio, não fode.
Houve um silêncio por uns dois minutos enquanto ele molhava o tecido com a garrafa de água e passava no corte que não era o único, havia um no ossinho do nariz, canto da boca e claro um corte interno no lábio que me fazia sentir o sabor metálico do sangue.
Eu estava muito puto, tentando canalizar, eu não teria brigado se aquele filho da puta não tivesse me chamado de viado... Viado até parece, não que ele soubesse que agora eu realmente era um, ele falou de modo como todo homem faz, aqui em São Paulo é comum chamar um o outro de viado ou sei la, xingamentos como viado do caralho não faz homens perder a cabeça, ou faz? Ou melhor me fez perder. Aquela palavra "viado"? E a fala: toca que nem "homem" me deixou muito irritado.Acho que eu estava meio inflamado depois da atitude do meu pai. Homen, ele disse que eu não era homem, o caralho que não sou. Posso até trepar com o Taz mas sou mais homem que muitos por aí, vai tomar no cu, que ideia idiota de falar que não sou homem, não, não sou... Sou sim porra!
Apesar de eu não querer Taz ali e estar morrendo de vergonha, eu não devia ser grosso com ele, ele só estava tentando ajudar, olhei para baixo minha camisa estava rasgada e metade do meu peito descamisado para fora com um arranhão sangrento que dessa vez não era das unhas de Taz, mas queria que fosse.
Reconheci que eu tinha mandado mal.— Desculpa — murmurei baixinho
Ele ergueu minha cabeça.
— Eu sei — ele respondeu
Então o puxei para os meus braços o abraçando, encostando minha cabeça em sua camisa, nem me toquei que ia sujar ela de sangue.
Ele abraçou minha cabeça acariciando minha nuca, logo houve um barulho no vestiário, nós nos separamos rapidamente e ficou aquele clima estranho no ar. Um rapaz entrou, enrolado com uma toalha na cintura, tirou a toalha revelando a bunda morena, ele havia saído do banho, estava um pouco molhado e por uma fração de segundos tentei fazer com que Taz não visse aquilo, o olhando nos olhos.
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A Ordem do Caos
Romance------- Obra para maiores de 18!!! ------- Queria virar ele naquele sofá, arrancaria ou rasgaria o seu shorts que parece ser um tecido leve, e ergueria a bundinha arrebitada dele o colocando de quatro eu certamente a deixaria vermelha de tanto tapas...