Quarenta & um

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Comemos pizza, eu o assisti jogar mais um pouco e acabou a energia, simples assim, isso acabou com a nossa noite, mas como já era dez horas da noite ele estava com sono ele subiu, e eu? Eu fui para o sofá, eu não iria forçar nada, só fato dele estar na minha cama me confortava, me confortava pra caralho, eu queria que ele se sentisse em casa, que se sentisse tranquilo. Tomei um banho no frio e no escuro mesmo, pois fiquei enrolando mais cedo antes da energia acabar, e me deitei, acho que eu estava meio úmido no sofá, pelo menos os cabelos estavam, não estava frio, mas para Taz o sol foi embora já era frio.

Taz é lindo. Ele ficou bonitinho com minha blusa de frio da Oaklay, ficou andando pela casa com o capuz na cabeça e como ela era grande ela cobriu o calção, o que deixava ele com aspecto daqueles filmes de romance que há um sexo e troca de roupas. Olha as merdas que ele me faz pensar. Havia uma felicidade morando dentro de mim, uma felicidade que eu nunca havia sentido, e fui dominado por ela. Eu estava exausto, por sorte não tive tempo para a ansiedade que ele me causava, e quando eu já pegava no sono senti algo, primeiro pensei que era o Amendoim, então senti de novo tocar meu ombro.

— Kauã? — sussurrou ele

Me virei confuso, estava um breu, mas dava para ver sua silhueta.

— Oi? — falei com voz de sono

— Te acordei?

Sim

— Não, aconteceu alguma coisa?

— É que nunca dormi tão longe de mainha não — Murmurou ele. — Tá caindo o mundo lá fora. Será que ela está bem?

— Eu tinha ligado para ela lembra? Estava tudo bem. — falei me sentando.

Merda garoto.

— Tu pode ligar de novo, se o celular tiver funcionando? — ele pediu com jeitinho

— Claro Taz, claro que posso — falei tateando embaixo do travesseiro atrás do celular.

Faço tudo por você moleque.

Me sentei mais na beira do sofá, que era retrátil e ele se sentou ao meu lado.
Liguei, primeiro chamou, chamou e caiu a ligação. Era onze horas da noite,  meio óbvio que ela não atenderia, mas não quis desanimar Taz, liguei de novo, na terceira tentativa ela atendeu.

Kauã? Aconteceu alguma coisa? — disse ela atender com voz de sono e pavor.

— Não, não desculpa ligar essa hora Amanda

Meu menino, aconteceu algo?

— Não ele está aqui, ele quer falar com você.

Houve um silêncio então passei o telefone para Taz.

— Oi mainha — ele disse numa empolgação que parecia que não falava com ela anos — Tá chovendo muito aí?

Houve um silêncio.

— É… não… tudo bem mãe, uhum, tá bom… aqui em São Paulo faz um frio da gota… não, de blusa, é… do Kauã mainha — riu — Tá, acabou a luz... É,,, também amo a senhora, dorme bem, tchau.

Desligou.
Ele ficou olhando para a tela do celular, parecia meio triste, fiquei me perguntando se fiz bem em fazê-lo dormir aqui, não me parece justo eu contente e ele meio amuado.

— Obrigado viu Kauã... — falou ele me devolvendo o celular.

— Nada, você está bem?

— Só preocupado

— Ela está bem, se você quiser amanhã a gente liga de novo ok? Antes de eu te levar embora ou sei la.

Ele fez que sim com a cabeça, embora escuro a claridade da noite invadia a janela da sala e era possível ver ele, além da claridade da tela do celular.
Ele está de pé parado em minha frente, fiquei pensando por que ele ainda estava ali.

A Ordem do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora