Cento & sessenta & cinco

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Estava ajeitando tudo colocando alguns móveis na sala, fazendo o menor barulho possível enquanto Taz está sentado no sofá tentando descobrir como funciona um convite de casamento, há mochilas espalhadas pela sala com roupas e outras coisas, os armários estão abertos e vazios.

— Sabe eu estava pensando, falta poucos dias para o natal, será que por lá tem gráfica?

Dei os ombros sem saber a resposta.

— Podíamos imprimir os convites de casamento e se a casa for legal e grande fazer o natal lá, o que acha? — perguntou

— Natal? — eu até havia me esquecido

— É amor, aí podemos dar nossos convites de casamento de presente, o que acha?

— Ah, bom... Seria divertido Taz — falei sem entender nada a empolgação dele sumiu.

Olhei para ele e ele sorriu. Me aproximei dele passando a mão no meu próprio suor depois no rosto dele, ele rapidamente se encolheu rindo e me acertou um chute.

— Que nojo — reclamou

Eu ri.

— Deu janta para o Gabriel?

— Sim. — respondeu

— Quer colocar ele para dormir, enquanto faço a mamadeira dele e depois ir tomar banho comigo?

Ele semi cerrou os olhos e não me respondeu.

— Sabe que gosto de banhos juntos — acrescentei caminhando até a cozinha e me servindo um pouco de suco

Taz pegou Gabriel no colo, o mesmo estava brincando com seus dinossauros no chão. Gabriel tinha um horario biológico bom, ele sempre dormia cedo, mas também era o primeiro da casa acordar.
Gabriel começou resmungar que não queria dormir.

— Não queio pai, num queio — disse me olhando — Sai! — falou para Taz o empurrando

— Gabriel! — o repreendi — Vamos dormir sim.

— Vamo amigo eu deito com você enquanto seu pai faz seu tetezinho

— Não, sai — gritou com o Taz.

— Gabriel! — falei grosso e ele abriu um berreiro.

Taz abraçou ele colocando a cabeça dele no ombro, o agitando nos braços.

— Você tem que brigar com ele e não ficar adulando ele quando ele for mau criado Taz — falei com o Taz.

— Shh — fez o Taz para mim indo para o quarto — Faz a mamadeira dele.

Respirei fundo. Fiz a mamadeira, o que acontece é bem simples: o Gabriel está crescendo, e notei um certo ciúme nele quando o Taz está presente, geralmente ele fica mais agitado, tentando chamar minha atenção, e, quando não, ele chama a atenção do Taz para que Taz não fique tão perto de mim. Isso está sendo foda, criar filhos é foda, embora Gabriel tenha dois anos ele já entende as coisas.
Escutei ele gritar do quarto respiro fundo mais uma vez, tentando buscar minha paciência para não dar boas palmadas nele. Vou até o quarto e abro a porta e ele está num chilique choros enquanto Taz tenta acalmar ele, por fim, quando ele me vê ele se agita o suficiente para chutar o Taz e escapar da cama correndo em minha direção. Eu o peguei no colo bravo.

— Não briga com ele Kauã — pediu o Taz.

— Você quem deveria fazer isso — falei irritado — Quer saber. Gabriel senta aqui...

Falei colocando o Gabriel sentado na beira da cama, enquanto ainda chorava.

Dá tetê — pediu ele tentando pegar a mamadeira da minha mão

A Ordem do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora