Cento & quarenta & sete

1.6K 156 39
                                    

Ele se escondeu em sua jaqueta, levando a mesma para enxugar a lágrima pelo colarinho, em seguida tapou o rosto avermelhado e choroso com as duas mãos.

— Eu não acredito nisso — ele falou com a voz de choro.

Deu um resmungo choroso... Eu não entendi por que ele começou a chorar daquela forma, de soluçar, não sei se ele queria recusar e estava sem coragem, ou se estava tão emocionado daquele jeito.

— Ei? — falei secando minhas lágrimas me sentando

De repente minha emoção foi embora dando espaço a um vazio preocupante enquanto ele chorvada deitado no chão escondendo o rosto, tentei o puxar mas ele irrijeceu, merda eu não acredito que eu ia levar um toco dele.

— Eu me precipitei? Taz o que foi, tudo bem eu devia ter conversando antes, tudo bem se não quiser.

Então ele riu, merda que estranho, que estranho aquelas emoções todas. Se sentou ao meu lado ainda escondendo o rosto e me abraçou, agora escondendo o rosto em mim, se afundando no meu pescoço me apertando.
Fala alguma coisa Taz? Diz algo, eu não estou te entendendo.

Fui tomado por um desespero inenarrável, e ele não dizia nada, não fazia nada a não ser chorar me abraçando. Se afastou secando a lágrima do rosto com a mão e me olhou, me tomou um beijo.

— Você não quer...

— É claro que eu quero, é claro que quero casar contigo — ele disse me interrompendo me segurando pelo colarinho dá blusa me olhando.

Meus olhos se encheram, ele me beijou novamente, o beijo molhado pelas nossas lágrimas. Pensei que ele fosse dizer uma mas, o Taz sempre tinha um "mas" mas dessa vez ele não disse nada apenas me beijou, e limpou minhas lágrimas com o polegar. E nossa eu fiquei emocionado para caralho, eu não sei mas meus olhos estavam inundados, e não paravam de chorar.

— Desculpa me descontrolei — riu ele — É que eu achava que isso nunca ia acontecer Kauã, eu pensei que havia perdido você para sempre.

O beijei e o puxei para o meu braço. Que alívio era saber que ele finalmente, depois de tudo que passamos, seria meu e eu finalmente seria dele. Ele se sentou entre minhas pernas, e eu o abracei por trás olhando para a janela, e por um momento ambos de nós olhamos para o além da janela a vegetação de árvores quase verdes de céu nublado do outro lado do quarto, de fato ficamos lá quietos olhando o sereno cair sob a vegetação de árvores em silêncio.
Acredito eu que estávamos tentando nos acalmar, pois nossos corações estavam agitados de mais em uma ansiedade inenarrável, em um nervosismo, e bastou algumas poucas e boas respiradas para a lágrima parar de brotar nos olhos, e a respiração voltar a normalizar, peguei a caixinha do chão e coloquei na palma da mão dele, ele sorriu mas continuava olhando através da janela.

— Não dá vontade nem de sair.

— Não precisamos sair hoje, temos uma semana inteira aqui — expliquei.

— É que está tão frio, e... — ele olhou a caixinha — Aqui está perfeito né?

— É...

Ele abriu a caixinha olhando as alianças.

— Essas são do noivado, é ouro e prata com umas gravuras e tal, mas a do casamento vai ser só de ouro, escolhi a mais fina por que eu acho que seria legal usarmos as duas, já que no caso elas se complementam

Ele me olhou com aquele cílios molhados e curvos, os olhinhos quase verde brilhando.

— Comprou as do casamento também?

— Uhum — resmunguei e ele sorriu. — Mas você não as verá, e eu nem coloquei datas nela. Já essa te uma especial...

Ele rapidamente pegou uma delas olhando, analisou a parte interna com nossos nomes.

A Ordem do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora