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Na penumbra silenciosa da noite, os medos ganham vida, dançando nas sombras do pensamento. Cada mínimo som ecoa como um suspiro de inquietude, enquanto a mente tece teias de preocupações. O tempo arrasta-se, e a escuridão revela receios ocultos, transformando a noite em um labirinto de incertezas. O sono escapa, deixando a mente à deriva, confrontando os medos que, sob a luz do dia, se dissolvem como sombras fugazes.
Luke virou de um lado para o outro em sua cama durante toda a noite, ele caminhou pelo acampamento e passou um bom tempo apenas observando as pequenas ondas do riacho. Ele tinha receio de dormir e acabar tendo algum pesadelo, mesmo que já tivesse se acostumado, só que naquela noite foi diferente. Ele passou a madrugada toda fazendo diversos questionamentos a si mesmo, questionando a lealdade de Catherine e questionando as possibilidades de tudo dar errado... Até que ele conseguiu dormir, mas o dia amanheceu rápido, mal dando tempo a ele de descansar.

—Cara, você tá péssimo —diz Chris, enquanto ambos andavam até as mesas do Pavilhão de Refeições.

—Eu não consegui dormir direito —Luke esfrega os próprios olhos.

—Pesadelos?

—Só insônia —ele responde. Não era totalmente mentira.

Luke não sabia se conseguiria ficar em paz sabendo que mais alguém sabia sobre seu plano, isso o incomodava. Mas talvez tivesse alguma vantagem, não teria que enfrentar isso sozinho.
Vantagem: não ter que tentar destruir os deuses sozinho.
Desvantagem: não ter que tentar destruir os deuses sozinho.

Antes de se sentar junto com os outros filhos de Hermes, Luke avistou Catherine. Ela estava sentada em uma das últimas mesas, rodeada de pessoas, a maioria eram garotos que pareciam hipnotizados por sua beleza. Eles ouviam o que ela dizia e concordavam com um sorriso bobo sem desviar seus olhos dela. Uma pontada de irritação o atingiu, ela deveria ser muito narcisista para gostar tanto de receber atenção daqueles bajuladores. Eles sequer deveriam ouvi-la, apenas a encaravam, sorriam e a elogiavam.
Patético. Foi seu pensamento mais prévio.

—Eu já volto —ele deu um tapinha nas costas de Chris e se afastou, ignorando os questionamentos do meio-irmão.

Luke caminhou até a mesa em que Catherine estava, vendo os que estavam junto a ela voltarem seu olhar a ele.

—Posso falar com você? —ele diz a olhando.

—Claro.

É tudo o que ela responde, provavelmente esperando que ele dissesse o que queria na frente de todos.

—A sós —Luke faz esse acréscimo.

Catherine respira fundo, apoiando os seus braços sobre a mesa.

—Me deem licença, por favor —ela fala educadamente para o grupo que estava na mesa.

Luke imaginou que ela se levantaria e iria até ele, mas franziu as sobrancelhas de forma surpresa ao ver todas as pessoas na mesa concordarem e saírem de lá. Catherine fez um aceno com a mão, silenciosamente dizendo para ele se sentar e foi isso que Luke fez.

—Eles sempre te obedecem assim? —ele pergunta ao se sentar na frente dela.

—Basicamente —ela fala com pouca importância. Catherine observa Luke, vendo suas olheiras de uma noite mal dormida. —Você está péssimo.

—É, eu geralmente perco o sono quando alguém sabe de um segredo mortal que eu tenho —ele retruca com sarcasmo.

Catherine se inclina um pouco mais para frente, fazendo uma careta ao ver as marcas embaixo de seus olhos. Nem eram tão notáveis, mesmo assim ela não se importou em dramatizar a situação.

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